SADC
Central Hidroelétrica Moçambicana prevê ultrapassar metas de produção
06/11/2023 19h03
Maputo - A administração da moçambicana Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), uma das maiores produtoras independentes de energia da África austral, prevê ultrapassar as metas de produção definidas para este ano, após o desempenho até Setembro.
A produção hidroelétrica de Cahora Bassa ficou 14,3% acima do previsto até Setembro, na ordem de 12.120,4 GigaWatt-hora (GWh), num ano, cuja meta de produção definida é de 14.292 GWh, segundo informação da HCB a que a Lusa teve hoje acesso.
“Antevê-se uma superação para 15.488 GWh, o que fortalecerá a posição estratégica de Moçambique como um hub energético regional”, refere a empresa.
De acordo com o presidente do conselho de administração, Tomás Matola, a HCB alcançou até ao final do terceiro trimestre uma faturação “de pouco mais de 54,2% das receitas planeadas para o período”, ao mesmo tempo que “encerrou com sucesso as negociações sobre o ajustamento da tarifa de exportação de energia”.
“Estes factores conjugados, representam ganhos significativos para a empresa e para o país. As cifras apresentadas contribuirão para a realização de investimentos críticos nos equipamentos da cadeia de produção e em projetos de incremento da capacidade de geração energética, que se prevê chegar aos 4.000 MW, até 2032”, acrescentou Tomás Matola.
Segundo dados da empresa, no início da época chuvosa 2023/2024, a HCB apresentava uma cota de armazenamento de 323,47 metros, correspondente a capacidade útil de 87%, resultante da quantidade de água proveniente das barragens de montante e dos escoamentos gerados na bacia própria de Cahora Bassa.
“A presente cota é satisfatória e, conjugada por uma gestão criteriosa, técnico-científica e por meios tecnológicos ao dispor da empresa, assegurará o processo de geração de energia até ao final do ano”, conclui a HCB.
A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando cerca de 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros.
A barragem está instalada numa estreita garganta do rio Zambeze e a sua construção decorreu de 1969 a 01 de junho de 1974, dando início ao enchimento da albufeira.
A HCB admitiu em agosto a “reativação” do projeto da nova central, a norte, face à crescente demanda de eletricidade na região.
“A longo prazo, a empresa está a conduzir reflexões estratégicas com vista a reativação do projeto Cahora Bassa Norte, para atender à crescente demanda energética de Moçambique e da região, face a crise que se vem assistindo”, refere uma informação da empresa, consultada pela Lusa.
De acordo com o estudo de impacto sócio-ambiental do projeto da Central Cahora Bassa Norte (CBN), apresentando em 2012, mas depois abandonado pela empresa, esta teria uma capacidade máxima instalada para gerar 1.250 MegaWatts (MW) e seria construída na margem esquerda da existente barragem de Cahora Bassa, lado oposto da central existente, a Central Cahora Bassa Sul, cuja capacidade máxima de produção é de 2.075 MegaWatts.