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Aliança Democrática exige cargos em todo Governo de Unidade Nacional

John-Steenhuisen, lider da Aliança Democrática
John-Steenhuisen, lider da Aliança Democrática Imagens: DR

Redacção

Publicado às 07h54 26/06/2024 - Actualizado às 10h46 26/06/2024

Joanesburgo – O partido Aliança Democrática (DA - sigla em Inglês) da África do Sul enviou uma carta ao Secretário-Geral do ANC na qual exige que o mesmo esteja representado em todo o Governo de Unidade Nacional, a ser anunciado pelo Presidente, Cyril Ramaphosa.

De acordo com a imprensa local, o segundo maior partido na África do Sul quer que seus deputados sejam nomeados para dirigir doze Ministérios, incluindo dos Recursos Minerais; Transportes; Assuntos Internos; Obras Públicas; Ensino Superior; Relações Internacionais e Cooperação; Comunicação e Tecnologia Digital.

O referido partido, segundo a imprensa, exige também que tenha preferência na indicação dos directores gerais dos Ministérios.

Igualmente, a Aliança Democrática quer o seu líder como Vice-Presidente da África do Sul.

Estas exigências da Aliança Democrática é que estão a atrasar o anúncio do novo executivo da África do Sul.

Entretanto, o ANC emitiu, segunda-feira, um comunicado em que critica partidos políticos que usam a imprensa para exigir cargos no futuro Governo de Unidade Nacional da África do Sul.

O ANC afirma estar preocupado com alguns partidos que têm feito exigências bizarras e ultrajantes por cargos específicos do futuro executivo, através dos meios de comunicação social.

O documento, assinado pelo Secretário-geral do ANC, Fikile Mbalula, sublinha que a responsabilidade de nomear o governo cabe ao Presidente Cyril Ramaphosa, á luz da Constituição.

Apesar de não se ter referido a nenhum partido em concreto, o comunicado do ANC é visto como uma resposta às exigências da Aliança Democrática, que constam de uma carta, supostamente enviada para Fikime Mbalula, mas que vazou na imprensa.

 

Sobre o posto de vice-presidente da África do Sul, a Aliança Democrática deixa claro que só desiste desse pedido se o ANC concordar em nomear um Ministro na Presidência do DA, que também é designado como Líder dos Negócios do Governo e que participa plenamente no desenvolvimento de políticas e nas responsabilidades de monitorização da Presidência.

A desistência da vice-presidência implicaria também a nomeação de um Vice-Ministro das Finanças, que participe plenamente na gestão do orçamento.

No comunicado desta segunda-feira, o ANC refere que negociar vazando a lista de exigências para a comunicação social é um acto de má-fé e que essa prática não vai ajudar a causa de nenhuma das partes.

O ANC alerta ainda que o Governo de Unidade Nacional não pode ficar refém de nenhum partido político.

Estes factos vêm reforçar o entendimento de que as negociações para a formação do Governo de Unidade Nacional estão a enfrentar dificuldades no que diz respeito à atribuição de cargos ministeriais.

O ANC destaca que o futuro Governo deve ser constituído tendo em consideração, entre outros, os resultados eleitorais de 2024 e também a experiência e competência no que diz respeito à atribuição de cargos específicos.

Com a tomada de posse de Cyril Ramaphosa, a África do Sul está sem governo desde a última quarta-feira, sendo que o dia-a-dia dos Ministérios é actualmente gerido pelos directores-gerais, o equivalente a directores nacionais.

Na habitual carta semanal, que escreve ao sul-africanos, o presidente Cyril Ramaphosa disse que as disputas contínuas sobre a partilha de poder e cargos não devem inviabilizar a formação de um governo de Unidade Nacional.

Ramaphosa apela aos 10 partidos, que assinaram a declaração de intenções, a mostrarem o seu compromisso com o processo de formação do futuro executivo e com o país.

 

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