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Norte de Moçambique regista certa estabilidade

Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi Imagens: jornaldeangola.ao

Redacção

Publicado às 14h32 26/07/2024 - Actualizado às 14h32 26/07/2024

Maputo - O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o país ainda enfrenta o "cancro do terrorismo" na região Norte, mas "está relativamente estável".

"É um cancro que dificilmente desaparece, mas a situação estava muito pior", face ao momento actual, afirmou Nyusi, citado pela Lusa num encontro com os presidentes dos parlamentos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se encontram em Maputo para a 13.ª Sessão Ordinária da Assembleia Parlamentar da organização (AP-CPLP).

O Presidente moçambicano declarou, terça-feira, que os grupos armados já não controlam nenhuma vila, depois de terem sido expulsos das áreas que detinham, no "pico" da sua acção, entre 2020 e 2021, como resultado da contraofensiva desencadeada pelas forças governamentais moçambicanas com ajuda do contingente da Missão Militar da África Austral (SAMIM, na sigla em inglês) - esta que se retirou por completo a 04 de Julho-- e do exército do Rwanda, que ainda continua no terreno.

"A população está a regressar às zonas de origem, tivemos muitos deslocados, estamos na fase de reconstrução" das infra-estruturas destruídas pelos insurgentes, avançou o chefe de Estado moçambicano.

Filipe Nyusi agradeceu a solidariedade dos países da CPLP para com os esforços de combate ao terrorismo em Cabo Delgado, saudando a ajuda humanitária que países da organização têm prestado às vítimas de ataques armados naquela região.

Assinalou, ainda, que as vagas de conflitos armados com a antiga guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, já estão encerradas, no quadro do acordo que levou ao Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos combates daquela força política.

"A reintegração leva tempo, mas o desarmamento e a desmobilização já alcançaram mais de cinco mil homens armados da Renamo", enfatizou. O Presidente moçambicano salientou que o Governo adoptou um modelo singular de DDR, ao integrar na segurança social os antigos guerrilheiros do principal partido da oposição, mesmo que estes não tenham canalizado prestações para o efeito, como é legalmente imposto.

Os presidentes dos parlamentos dos países lusófonos vão reunir-se em Maputo, com uma agenda que inclui o tema sobre "Promoção da Democracia e do Estado de Direito", de acordo com o programa do encontro. A 13.ª Sessão Ordinária da AP-CPLP vai igualmente fazer um ponto de situação sobre "Os Processos Eleitorais nos Estados Membros da CPLP" e realizar reuniões sobre "Estratégia, Legislação, Cidadania e Circulação.

Noruega financiou projectos alimentares adaptados ao "clima”

O Governo da Noruega desembolsou 3,3 milhões de euros ao Programa Mundial para a Alimentação (PMA), para o reforço dos sistemas alimentares adaptados às mudanças climáticas e a expansão dos programas de alimentação escolar no sul de Moçambique.

"A segurança alimentar e a resiliência e adaptação climáticas são uma prioridade chave da cooperação entre a Noruega e Moçambique", afirma Haakon Gram-Johannessen, embaixador da Noruega em Moçambique, citado num comunicado do PMA, enviado à Lusa.

Em coordenação com as autoridades moçambicanas, o PMA vai apoiar 500 pequenos agricultores a diversificarem a produção agrícola e 17 mil crianças do ensino primário terão maior acesso a refeições nutritivas para melhorar a assiduidade escolar.

"A Noruega tem a honra de ser parceira de uma das agências da ONU mais confiáveis no reforço da tão necessária segurança alimentar e nutricional, incluindo programas de alimentação escolar nesta parte de Moçambique particularmente vulnerável ao clima", acrescentou.

O projecto será implementado em seis distritos das províncias de Gaza e Inhambane, sul de Moçambique. "O objectivo do projecto é melhorar a segurança alimentar e nutricional dos pequenos agricultores e das suas famílias e apoiar o acesso equitativo ao ensino básico e aos programas de alimentação escolar em áreas onde o acesso à educação é fraco devido à insegurança alimentar", indica o comunicado.

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