CRIME

Tráfico de drogas e raptos preocupam autoridades moçambicanas

Conselho de Defesa e Segurança de Moçambique  - DR
Conselho de Defesa e Segurança de Moçambique Imagem: DR

17/07/2024 07h19

Maputo - O Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS) moçambicano manifestou-se preocupado com o tráfico de drogas e raptos no país, exigindo às autoridades soluções urgentes.

“O Conselho Nacional de Defesa e Segurança expressou preocupação com a proliferação e trânsito de drogas pelo território nacional”.

Neste contexto, instou as autoridades competentes a incrementaram a investigação das redes de tráfico como forma de mitigar o seu impacto na vida dos moçambicanos sobretudo da juventude”, refere-se numa nota da Presidência emitida segunda-feira, após um encontro do órgão, que se reuniu em sessão ordinária.

Durante a reunião, orientada do chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, o CNDS debateu os ataques armados em Cabo Delgado, destacando a “melhoria das condições de segurança, e analisou a onda de raptos que tem assolado o país nos últimos tempos.

“O órgão notou com preocupação a prevalência dos crimines de sequestro de agentes económicos, o que concorre para o retraimento dos investimentos e apelou às autoridades competentes no sentido de imprimirem maior dinâmica no combate a este mal, bem como aprimorarem as investigações conducentes à responsabilização criminal dos seus autores”, lê-se na nota.

O aumento do número de apreensões de drogas e uma onda de raptos que tem afetado empresários e seus familiares estão entre os principais desafios de segurança pública nos últimos tempos em Moçambique, admitem as autoridades.

Desde 2011, segundo dados avançados pelo ministro do Interior em março deste ano, a polícia registou um total de 185 casos de raptos e mais de 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime.

“Tudo indica que a cidade de Maputo apresenta maior tendência e incidência de casos criminais de raptos, seguida da província de Maputo e, por fim, Sofala, com registo de 103, 41 e 18 casos, respetivamente”, declarou, na altura, Pascoal Ronda.

Por outro lado, Moçambique é apontado por várias organizações internacionais como um corredor de trânsito para o tráfico internacional de estupefacientes com destino à Europa e Estados Unidos, sobretudo de heroína oriunda da Ásia, mas as apreensões de cocaína oriunda da América do Sul têm também aumentado.

Uma das apreensões mais alarmantes dos últimos tempos ocorreu em 28 de junho, quando o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) de Moçambique detetou, no Aeroporto Internacional de Maputo, 120 caixas de rebuçados contendo cocaína, uma mercadoria proveniente do Brasil.

Em 13 de maio, em entrevista à Lusa, o representante do Escritório das Nações Unidas para a Droga e Crime Organizado (UNODC) em Moçambique alertou para o crescimento de um mercado lusófono de tráfico ilícito, denunciando a existência de “cartéis” brasileiros com contactos em países de língua portuguesa.

“Nós estamos a ver como os cartéis brasileiros já estão a traficar com grupos organizados moçambicanos, assim como com outros países de expressão portuguesa”, declarou, na altura, António De Vivo.

Dados da Procuradoria-Geral da República de Moçambique referem que foram instaurados 1.251 processos-crime relativos a tráfico de droga em 2023, contra 1.035 em 2022, alertando para um aumento do comércio e consumo de estupefacientes no país.

 

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