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Desertificação em África causa danos de terras produtivas

Comissária da UA, Josefa Sacko
Comissária da UA, Josefa Sacko Imagens: Cedida

Redacção

Publicado às 12h35 05/09/2024 - Actualizado às 12h35 05/09/2024

Abidjan - Pelo menos 4,4 milhões de hectares de terra produtiva são perdidos anualmente para a desertificação, levando à subnutrição de cerca de 68 milhões de pessoas em África, garantiu hoje, quinta-feira, em Abidjan, Côte d'Ivoire, a Comissária da União Africana, a angolana Josefa Correia Sacko.

A Diplomata intervinha na Décima Sessão Especial da Conferência Ministerial Africana sobre o Ambiente, sob o tema: “Aumentar a Ambição de África para Reduzir a Degradação dos Solos, a Desertificação e a Seca”, acrescentando que esta situação resultou na perda de biodiversidade e de terras agrícolas produtivas, tendo a África Subsariana suportado 22 por cento do custo global total da degradação dos solos.

Avançou durante a conferência que se estima igualmente que mais de 23 milhões de pessoas no corno de África e 23 milhões no Sahel enfrentam uma grave insegurança alimentar devido à seca e à degradação dos solos.

“É, por conseguinte, fundamental que, enquanto continente, aumentemos os nossos esforços e ambições para combater estas questões”, defendeu a Comissária responsável pelo pelouro da agricultura, desenvolvimento rural, economia azul e ambiente sustentável.

Sublinhou que em resposta à ameaça crescente do avanço dos desertos em 2007, a União Africana lançou a “Iniciativa da Grande Muralha Verde” como uma solução emblemática a nível continental em resposta a esta crise que teve o objetivo de recuperar 100 milhões de hectares de terras degradadas, criar 10 milhões de empregos e sequestrar 250 milhões de toneladas de carbono até 2030.

“Estas intervenções têm por objetivo transformar a vida de dezenas de milhões de pessoas que vivem em zonas marginais, aumentando a sua segurança alimentar, proporcionando rendimentos adicionais e alternativos e aumentando a sua resistência às alterações climáticas”, garantiu a embaixadora Josefa Sacko.

Frisou que o relatório sobre o estado de implementação da “Grande Muralha Verde” e o caminho a seguir até 2030 mostra que, entre 2007 e 2018, foram recuperados 20 milhões de hectares de terras e criados 350 mil postos de trabalho através da diversificação das actividades económicas e da regeneração dos rendimentos, melhorando assim a qualidade de vida de milhões de pessoas no Sahel.

Neste particular as receitas das actividades geradoras de rendimentos ascenderam a 90 mil milhões de dólares em 11 países: Burkina Faso, tchad, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal e Sudão.

Ainda sobre as necessidades e os desafios de África, ligados as perdas e danos derivados às alterações climáticas, antropogénicas e catástrofes, bem como, a adaptação, acesso a tecnologias e comércio de carbono, foi proporcionada uma plataforma para a popularização do plano de acção para a economia circular continental, a fim de incentivar a sua adoção e domesticação a nível nacional e regional.

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