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Greve paralisa tráfego aéreo no Aeroporto de Nairobi

Greve paralisa tráfego aéreo no Aeroporto de Nairobi - DR
Greve paralisa tráfego aéreo no Aeroporto de NairobiImagem: DR

11/09/2024 22h49

Nairobi - O Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta (JKIA), em Nairobi, viveu momentos de caos, nesta quarta-feira, devido a uma greve dos trabalhadores do sector da aviação, que interrompeu o tráfego aéreo.

A paralisação surge em protesto contra o plano do Governo queniano de conceder ao conglomerado indiano Adani a expansão e exploração do aeroporto por um período de 30 anos.

A greve levou a longas filas de passageiros frustrados e bloqueados no terminal, como mostrado por imagens das televisões locais. Várias pessoas, com as suas bagagens em mãos, aguardavam sem saber ao certo quando conseguiriam embarcar.

A companhia aérea nacional, Kenya Airways, e a sua subsidiária de baixo custo, Jambojet, emitiram alertas aos passageiros sobre “atrasos e possíveis cancelamentos” de voos, tanto em partidas como em chegadas.

O Sindicato do Pessoal da Aviação do Quénia (KAWU) condenou veementemente as negociações em curso entre o Governo e o grupo Adani.

O sindicato argumenta que o aeroporto é uma infra-estrutura altamente rentável, com as taxas sobre cargas e passageiros a contribuírem com mais de 5% para o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Segundo o KAWU, a concessão ao grupo indiano coloca em risco os postos de trabalho e não oferece garantias de benefícios para os contribuintes quenianos.

O Governo do Quénia, por sua vez, enfrenta uma dívida pública significativa e vê no acordo uma solução para modernizar um dos principais hubs aeroportuários de África, que tem enfrentado problemas recorrentes de infraestruturas.

O projecto inclui a construção de uma segunda pista de aterragem e a renovação do terminal de passageiros, com o objectivo de melhorar a capacidade e eficiência do aeroporto.

Segundo dados divulgados pela Autoridade de Aviação do Quénia (KAA), no período de 2022/23, o JKIA movimentou 8,8 milhões de passageiros e cerca de 380.000 toneladas de carga.

Apesar desses números impressionantes, a infra-estrutura do aeroporto tem sido repetidamente criticada por falhas operacionais, o que reforça a necessidade de modernização.

No entanto, os trabalhadores e o sindicato temem que a privatização parcial do aeroporto resulte em perda de empregos e em decisões desfavoráveis à economia local.

Com o impasse ainda em aberto, a situação gera incerteza quanto ao futuro das operações no principal aeroporto do Quénia, enquanto as negociações entre o Governo e o grupo Adani continuam a gerar tensões, segundo a BBC.

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