Malawi recebe primeiro comboio de combustível proveniente de Moçambique

Blantyre - O Malawi recebeu, quarta-feira, o primeiro comboio de combustível através da sua linha férrea que liga o país a Moçambique, e que estava em ruína há mais de 41 anos.

Este primeiro carregamento proveniente do Porto da Beira, contêm 1.2 milhões de litros de combustível e foi recebido pelo presidente da república do Malawi, Lazarus Chakwera, em Marka, distrito de Nsanje, sul do Malawi.

Há cerca de um mês, um outro comboio que transportava 580 mil litros de gasóleo chegou a Lilongwe, capital do país, (Norte) proveniente do porto moçambicano de Nacala, uma ligação ferroviária que também estava fora de serviço há 21 anos.

Na ocasião, Lazarus Chakwera sublinhou a importância da retomada da linha ferroviária, como um projecto há muito negligenciado, para impulsionar o desenvolvimento socioeconómico do Malawi, segundo o jornal Malawi 24.

“A maioria das pessoas duvidava que o meu governo fosse reformar a linha férrea. Congratulo-me hoje com o facto de esta linha ferroviária estar funcional”.
Acrescentou que “durante 42 anos, as linhas ferroviárias do país estiveram em ruínas, e o Malawi dependia de camiões, que é um método muito dispendioso, para importar combustível”.

“O que eu disse em 4 de Setembro de 2020 se tornou realidade. Hoje estou testemunhando a chegada de um comboio em Marka transportando combustível depois de 41 anos”, disse Chakwera, citado pelo jornal Malwi Nyasa Times.

De Marka, o combustível foi transportado em camiões para a cidade de Blantyre, pelo facto dos 72 quilómetros da linha férrea do lado de malawi, estarem ainda em obras.

Fica assim materializado o plano do governo do Malawi, de reduzir os custos de transporte de combustível desde o Porto da Beira, pois a via rodoviária é tida como insustentável para a economia daquele país sem litoral.

Sobre o mesmo assunto, a Radio Mocambique diz que começam a ser rentabilizados os 42 quilómetros de linha férrea, construídos desde a vila de Nyamayabue à Vila Nova de Fronteira no distrito de Mutarara, ligando o vizinho Malawi, um troço que foi erguido, fruto dos consensos alcançados entre os presidentes de Moçambique e do Malawi, em finais de 2020 na vila do Songo.