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Explosão de camião cisterna provoca 170 mortos na Nigéria

Bandeira da Nigéria
Bandeira da Nigéria Imagens: Divulgação

Redacção

Publicado às 09h52 18/10/2024 - Actualizado às 20h18 18/10/2024

Abuja - O número de mortos da explosão de um camião cisterna subiu para 170 e 67 recebem tratamento médico em vários hospitais, na Nigéria, anunciou, esta sexta-feira, a polícia.

Muitas das vítimas estavam a tentar recuperar o combustível derramado na estrada, depois do camião cisterna se ter despistado, na terça-feira à noite, no Estado de Jigawa, disse à AFP o porta-voz da polícia, Lawan Shiisu Adam.

Até quinta-feira estavam confirmados 153 mortos, número que subiu nas últimas horas, adiantou a policia, revelando que o camião desviou-se para evitar colidir com um outro, em Majia.

Após o acidente, os habitantes da região juntaram-se à volta do veículo para recolher o combustível derramado na estrada e nas bermas, disse Lawan Shiisu Adam, adiantando que a polícia, que tentou dissuadi-los, foi empurrada para trás pela multidão.

A Associação Médica Nigeriana apelou aos médicos para que acorram às unidades de saúde para fazer face ao afluxo de doentes.

Em Setembro último, uma outra explosão de um camião cisterna, que colidiu com um outro que transportava passageiros e gado, provocou pelo menos 59 pessoas no estado do Níger, na Nigéria, segundo as autoridades.

Os acidentes envolvendo camiões cisterna são frequentes, na Nigéria, o país mais populoso de África.

De acordo com a Comissão Federal de Segurança Rodoviária, foram registados mil 531 acidentes deste tipo, em 2020, que resultaram na morte de 535 pessoas.

Para além da perda de vidas e bens, este tipo de acidentes provoca danos ambientais, devido as fugas de combustíveis.

As explosões mortais são também uma ocorrência regular perto de infra-estruturas petrolíferas, no sul do país, nomeadamente em resultado de violação de ramais de transportação de combustíveis.

O combustível tornou-se um bem ainda mais precioso para os nigerianos, devido à crise económica do país, a pior das últimas três décadas.

O preço da gasolina quintuplicou, desde que o Presidente Bola Ahmed Tinubu acabou com os subsídios aos combustíveis, no ano passado.

Na semana passada, o preço da gasolina voltou a subir, um mês depois de já ter registado um aumento acentuado.

Em Lagos, a capital económica do país, as estações de serviço pertencentes à companhia petrolífera nacional (NNPC - sigla inglesa) vendiam um litro de gasolina premium motor spirit a 998 nairas (0,62 dólares), em comparação com 855 nairas no dia anterior, um aumento de 17 por cento.

No início de Setembro, a NNPC já tinha aumentado os preços em 45 por cento, passando o litro de gasolina de cerca de 610 nairas para 855 nairas.

Antes do fim dos subsídios aos combustíveis, que custam ao governo milhares de milhões de dólares por ano, a gasolina era vendida por menos de 200 nairas o litro.

No dia 1 de Outubro, feriado na Nigéria, as organizações políticas e da sociedade civil convocaram manifestações para exigir o “fim da fome e da miséria” e a redução do preço da gasolina, mas as mesmas acabaram por ser muito pouco participadas.

No mesmo dia, o Presidente Tinubu apelou aos nigerianos para que tenham paciência, até que as reformas económicas empreendidas pelo governo tenham um impacto positivo.

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