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Guiné-Bissau: membros do PAIGC querem clarificar liderança do partido

Domingos Simões Pereira, Líder do PAIGC
Domingos Simões Pereira, Líder do PAIGC Imagens: DR

Redacção

Publicado às 13h41 18/10/2024 - Actualizado às 13h41 18/10/2024

Bissau - O Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, reuniu, esta quinta-feira, com o grupo de dirigentes do partido que exigem a clarificação da liderança do partido, alegando que “o actual presidente continua a bater-se pela Presidência da República.”

O grupo de dirigentes, a maioria dos quais fazem parte do actual governo de iniciativa presidencial, é signatária de uma carta dirigida a Domingos Simões Pereira solicitando clarificação, devido ao aproximar das eleições legislativas, convocadas para 24 de Novembro próximo.

Pelo que aconteceu no MADEM-G15 e PRS, dois partidos divididos em facções, o receio dos militantes do PAIGC vai na perspectiva de que este é um sinal claro de movimentações internas, tendentes a fragmentar o partido, antes das eleições legislativas, agendadas para 24 de Novembro próximo.

O Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, reuniu-se, durante mais de três horas, com os signatários da carta, entre os quais estão Rui Duarte Barros, actual Primeiro-ministro, Aly Hijazi, ministro dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Mário Mussante da Silva Loureiro, ministro das Pescas, Carlos Pinto Pereira, ministro dos Negócios Estrangeiros, e José Carlos Esteves, ministro das Obras Públicas.

Carlos Pinto Pereira disse à imprensa, após o encontro na sede do partido, em Bissau, não ser altura para divulgar o que foi debatido no encontro, mas adiantou que “ficou acordado que seremos convidados a participar na próxima reunião do Comité Central e, provavelmente, nessa altura, estaremos em condições de transmitir, de forma um pouco mais clara, a posição que estamos a defender".

Por seu lado, o Presidente do partido, Domingos Simões Pereira, disse aos jornalistas que “o essencial a reter é o compromisso que todos reafirmam em respeitar os Estatutos do partido, as regras internas do partido, em permitir que, independentemente, das opiniões que uns e outros possam ter, que sejam as estruturas e os órgãos competentes do partido a se posicionar e a decidir sobre a vida interna do partido".

No entanto, o jurista e analista político, Luís Landim, segundo a VOA, acha natural a exigência dos signatários da carta ao Presidente do PAIGC, tendo em conta as eleições que se avizinham.

“Temos em cima da mesa duas situações que eles colocaram: de um lado a figura que o partido poderá apresentar às presidenciais e a figura que irá aparecer como rosto para as legislativas".

Já o jurista Fodé Mané sustenta que “o receio que todos têm é legítimo e justificável nestas circunstâncias, porque cada acção deste regime tem sido pautada pela força e ilegalidade. Aliás, quando se está num ambiente turvo é possível tudo".

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