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Moçambique: ONU condena assassinato de Elvino Dias e de Paulo Guambe

Cidade de Maputo, Moçambique
Cidade de Maputo, Moçambique Imagens: DR

Redacção

Publicado às 12h30 21/10/2024 - Actualizado às 12h30 21/10/2024

Nova Iorque - O Secretário-Geral das Nações Unidas, António guterres, condenou veementemente os assassinatos, em Maputo, sexta-feira última, de Elvino Dias, assessor jurídico do candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane, e de Paulo Guambe, representante legal do partido PODEMOS.

António Guterres expressou profundas condolências às famílias das vítimas e apelou a uma investigação rápida, indica um despacho noticioso da VOA.

Por seu lado, o partido Frelimo repudia o que considerou "acto macabro", e o seu candidato presidencial, Daniel Chapo, solicitou uma investigação "célere, imparcial, independente e rigorosa". 

A União Europeia também condenou o assassínio de Elvino dias e Paulo Guambe, enquanto o candidato presidencial independente apoiado pelo partido Podemos, Venâncio Mondlane, acusou as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique de serem responsáveis pelo crime.

O Ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Ronda, pediu a colaboração de todos para o esclarecimento do crime e apelou para a celeridade nas investigações, depois de a Polícia da República de Moçambique (PRM) ter apontado causas conjugais como a causa da acção criminosa.

O Secretário-Geral da ONU apelou "a todos os moçambicanos, incluindo os líderes políticos e os seus apoiantes, a manterem a calma, e reitera a solidariedade das Nações Unidas com o povo moçambicano e reafirma o seu apoio inabalável à paz e estabilidade durante esta fase importante da história do país".

O candidato da Frelimo, Daniel Chapo, afirmou, num comunicado tornado público, que o crime é "uma afronta à democracia e aos princípios de um Estado de Direito Democrático".

"Gostaria de exortar às instituições da Justiça para que conduzam uma investigação célere, imparcial, independente e rigorosa, visando apurar os factos e responsabilizar os autores. A justiça tem de ser feita. Não podemos permitir que exista lugar ao medo num Estado de Direito Democrático", expressa o comunicado.

O candidato presidencial da Frelimo pediu à classe dos advogados moçambicanos "que permaneçam firmes" no compromisso com a defesa dos direitos fundamentais e de justiça, base de um "Estado de Direito Democrático".

O político diz esperar que os homicídios não desviem Moçambique da "construção de uma nação mais justa e inclusiva", enfatizando que "não podemos permitir que exista lugar ao medo num Estado de Direito Democrático".

"Reafirmo o meu total repúdio a este crime e a qualquer tipo de violência e intolerância no nosso país, ao mesmo tempo que reitero o meu compromisso em defender a verdade e a justiça como valores fundamentais para Moçambique e para todos os moçambicanos", finaliza Daniel Chapo.

A Frelimo, partido no poder em Moçambique, reagiu "com tristeza e grande choque" ao assassinato de Elvino Dias, conselheiro jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e do mandatário nacional do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Paulo Guambe.

"A Frelimo repudia veementemente este acto macabro e exorta a todas as autoridades que façam de tudo ao seu alcance para clarificar este caso", lê-se no comunicado de imprensa do partido. 

 

O advogado Elvino Dias, conhecido defensor de casos de direitos humanos em Moçambique, era assessor jurídico de Venâncio Mondlane e da Coligação Aliança Democrática.

A polícia de Moçambique confirmou, na manhã de sábado, que Elvino Dias e Paulo Guambe tinham sido mortos a tiro numa "emboscada", na noite de sexta-feira. Um terceiro ocupante ficou ferido. O crime foi condenado por inúmeras organizações moçambicanas e instituições e governos estrangeiros.

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