Junta militar da Guiné dissolve dezenas de partidos políticos
Conakry - A junta militar da Guiné anunciou segunda-feira, em Conakry, a dissolução de 53 partidos políticos e a vigilância obrigatória de outros 54 durante três meses.
Segundo o Ministério da Administração Territorial e Descentralização, as medidas foram tomadas com base numa avaliação de todos os partidos políticos, iniciada em Junho, que pretendia "limpar o tabuleiro de xadrez político".
Os movimentos que vão ficar sob observação durante três meses vão poder operar normalmente, mas deverão resolver as irregularidades apontadas no relatório.
Entre os partidos, destacam-se a Reunião do Povo Guineense, do antigo presidente Alpha Condé, deposto pelos militares em 2021, e a União das Forças Democráticas da Guiné.
As autoridades afirmaram que os partidos sob observação não realizaram o congresso partidário dentro do prazo e não forneceram extractos bancários, entre outras questões.
O ex-coronel Mamadi Doumbouya, empossado como Presidente e promovido ao posto de general, tomou o poder na Guiné Conakry, em Setembro de 2021.
Sob pressão internacional, a junta militar comprometeu-se inicialmente a entregar o poder a civis eleitos até ao final de 2024.
Vários países da África Ocidental, incluindo Mali, Níger e Burkina Faso, sofreram golpes de Estado que instalaram juntas militares e cortaram ou reduziram os laços militares de longa data com as potências ocidentais em favor do apoio de segurança da Rússia.