AGRICULTURA
FAO apoia transformação da agricultura em África para além de 2025
01/10/2024 04h32
Siracusa - A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) reforçou o seu firme compromisso de impulsionar a transformação agrícola de África para além de 2025, com uma forte ênfase na resolução dos principais desafios de segurança alimentar do continente.
Falando num painel do G7 em Siracusa, Itália, o director-geral da FAO, Qu Dongyu, salientou a necessidade crítica de um esforço global unido para apoiar a agenda africana pós-Malabo (conjunto de compromissos e directrizes estabelecidos com vista a promover o desenvolvimento agrícola na África).
O portal Further Africa, que aborda o assunto em primeira instância, refere que inicialmente adoptado pelos líderes africanos na Cimeira da União Africana de 2014, este ambicioso quadro define os principais objectivos agrícolas a alcançar até 2025.
De acordo com o responsável, “são necessários progressos significativos para atingir estes objectivos, mas com a acção colectiva certa, o sucesso está ao nosso alcance”.
Qu Dongyu destacou a alarmante projecção de que, até 2030, o número de pessoas que enfrentam a fome em África poderá aumentar em mais dez milhões se não forem tomadas medidas imediatas e aceleradas.
O continente continua a ser a região com maior insegurança alimentar a nível mundial, com 58% da sua população afectada.
Estes dados estatísticos revelam a urgência da missão da organização alimentar e a necessidade crítica de renovar os esforços para reformar os sistemas agro-alimentares africanos.
No entanto, apesar destes desafios, a FAO continua optimista quanto às possibilidades de mudança. “O sucesso é possível, mas para o alcançar será necessária a colaboração em todo o continente e com parceiros internacionais”, declarou Qu.
A transformação dos sistemas agro-alimentares de África tem de ser mais inclusiva, resiliente e sustentável para satisfazer a crescente procura da região, ao mesmo tempo que aborda as questões interligadas da pobreza e da crise climática. Trata-se de uma abordagem abrangente que a FAO está firmemente empenhada em promover, muito para além de Março de 2025.
Olhando para o futuro, o apoio da organização ao processo pós-Malabo centrar-se-á no aproveitamento dos seus vastos dados, ferramentas e estratégias para garantir uma implementação e um acompanhamento eficazes.
Conforme assegurou Qu Dongyu, “a FAO continua firme no seu foco em apoiar África na realização destes objectivos agrícolas transformadores”.
O compromisso da organização não se limita a fornecer soluções a curto prazo, mas a promover mudanças sistémicas que irão moldar o futuro da agricultura e da segurança alimentar em todo o continente nos próximos anos.