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Diabetes afectam mais de 24 milhões de pessoas em África

Diabetes afectam mais de 24 milhões de pessoas em África
Diabetes afectam mais de 24 milhões de pessoas em África Imagens: DR

Redacção

Publicado às 08h48 15/11/2024

Brazzaville - Mais de 24 milhões de africanos vivem actualmente com diabetes, metade dos quais ainda não diagnosticados, revelou a directora para África da Organização Mundial da Saúde, Matshidiso Rebecca Moeti, numa mensagem por ocasião do dia internacional desta doença, que se celebra no dia 14 de Novembro.

A mensagem surge num contexto de aumento da prevalência da diabetes no continente, complicada por múltiplos factores, incluindo a urbanização, a má alimentação e a inactividade física da população.

Para a efeméride, que se celebra este ano com o tema “quebrar as barreiras, colmatar as lacunas”, a OMS para África sublinha o seu empenho em reduzir o risco e garantir que todas as pessoas diagnosticadas com a doença tenham acesso a tratamento e cuidados equitativos, abrangentes, acessíveis e de qualidade.

Sem intervenções urgentes, prevê-se que o número de pessoas que vivem com diabetes na Região Africana aumente para 54 milhões até 2045, o maior aumento projectado a nível mundial, segundo o documento.

“Esta situação representa um fardo duplo significativo para a saúde e para a economia, além de gerar despesas catastróficas dos indivíduos para controlar a sua doença”, lê-se na mensagem da organização regional da OMS.

“A situação é agravada pelo facto de África ter a mais baixa taxa de investimento em cuidados com a diabetes a nível mundial, com apenas 1% das despesas de saúde da região. Os sistemas de saúde também são tradicionalmente concebidos para lidarem com doenças agudas e infecciosas, sem prestar atenção suficiente a doenças crónicas como a diabetes”, remata a responsável.

De acordo com a organização, a gestão da enfermidade exige um esforço sustentado para equilibrar a actividade física, a alimentação saudável e o bem-estar mental.

“Neste sentido, a OMS na Região Africana está empenhada em soluções holísticas, incluindo uma nutrição adequada, acesso aos medicamentos essenciais necessários e apoio à saúde mental”, garante a instituição regional africana, adiantando que igualmente cruciais são as estratégias de prevenção abrangentes para abordar os factores de risco, incluindo a obesidade, a má alimentação e a actividade física, combinadas com o envolvimento da comunidade para garantir bons sistemas de apoio e reduzir o estigma.

A mensagem recorda que durante a 74ª sessão do Comité Regional da OMS para a África, realizado em Agosto deste ano em Brazzaville (Congo), os Estados-Membros africanos aprovaram o Quadro de Implementação do Pacto Mundial contra a Diabetes na Região Africana da OMS.

Trata-se, segundo a instituição, de um quadro centrado especificamente no desafio de integrar os cuidados da doença em sistemas de saúde mais amplos numa abordagem multi-sectorial e que fornece um roteiro para os países reforçarem a prevenção, o diagnóstico e os cuidados da diabetes, especialmente ao nível dos cuidados de saúde primários.

Exortação às pessoas, comunidades e governos

Por ocasião do dia mundial da diabetes, Matshidiso Rebecca Moeti, exortou os indivíduos, as comunidades, os governos, os profissionais de saúde, os decisores políticos e as organizações da sociedade civil a unirem-se e a agirem agora para redução da doença no continente.

Para os indivíduos, apelou para estes darem prioridade a um estilo de vida saudável e que, se já vivem com diabetes, façam controlos médicos regulares.

No que se refere às comunidades, adiantou tratar-se-á de poderem desempenharem o seu papel, criando ambientes de apoio que promovam uma vida saudável, reduzindo o estigma e proporcionando acesso a cuidados e educação sobre a doença a preços acessíveis.

Para os governos, adiantou que a instituição que dirige se compromete apoiar plenamente os seus esforços para a implementação de políticas que melhorem o acesso a medicamentos essenciais, reforcem os sistemas de cuidados de saúde primários e coloquem em primeiro plano de investimento na prevenção e nos cuidados da doença.

“O reforço do controlo da diabetes na Região Africana exige que abordemos as principais lacunas, incluindo mitos e ideias erradas sobre a diabetes, sistemas de cuidados de saúde primários frágeis e capacidade e formação insuficientes dos profissionais de saúde”, enfatizou.

E acrescentou, “juntos, vamos todos empenhar-nos em derrubar as barreiras e colmatar as lacunas, através da sensibilização, da divulgação de conhecimentos e da criação de mudanças duradouras para todas as pessoas afectadas pela diabetes em África”.

A diabetes, se não for tratado, pode levar a complicações como doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, lesões nervosas, insuficiência renal, amputação de membros inferiores e doenças oculares que podem resultar em cegueira.

Trata-se de uma doença crónica ao longo da vida que leva a pessoa afectada a ter níveis descontrolados de açúcar no sangue, porque o seu corpo já não consegue produzir ou utilizar eficazmente a insulina que produz.

 

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