Junta Militar do Mali demite Primeiro-ministro e Governo
Bamako — O líder da Junta Militar que governa o Mali, coronel Assimi Goita, demitiu, quarta-feira, o Primeiro-ministro civil, Choguel Kokalla Maiga, e o seu Governo, dias após do mesmo ter feito uma rara crítica aos militares, segundo uma notícia divulgada pela France24.
“Cessam as funções do Primeiro-ministro e dos membros do seu governo”, refere um decreto emitido pelo coronel Assimi Goita e lido pelo secretário-geral da presidência na estação de televisão estatal ORTM.
O Mali é liderado pelos militares desde os golpes de 2020 e 2021.
Em Junho de 2022, a Junta Militar prometeu organizar eleições e entregar o poder aos civis até o final de Março de 2024, mas depois adiou as eleições indefinidamente.
Choguel Kokalla Maiga, que foi nomeado pelos militares em 2021, condenou publicamente no sábado, 16 de Novembro, a falta de clareza sobre o fim da transição para o governo civil.
Ele disse que a confusão pode representar "sérios desafios e o risco de retrocesso".
Maiga era visto como um “estranho” e com pouca margem de manobra em relação aos militares.
Analistas políticos dizem a demissão dele e do Governo cria mais incerteza num contexto já problemático.
Desde 2012, o Mali está mergulhado numa crise política e de segurança alimentada por ataques de jihadistas e outros grupos armados, bem como uma luta separatista no norte.