África

África


PUBLICIDADE

Arquidiocese de Nairobi recusa donativo do presidente William Ruto

Arquidiocese de Nairobi recusa donativo do presidente William Ruto
Arquidiocese de Nairobi recusa donativo do presidente William Ruto Imagens: OSV News

Redacção

Publicado às 08h37 21/11/2024

Nairobi - A Arquidiocese Católica de Nairobi rejeitou donativos feitos pelo Presidente William Ruto e pelo Governador de Nairobi, Johnson Sakaja, durante um serviço religioso na Igreja Católica de Soweto, no domingo passado, segundo a imprensa local.

Numa declaração de 18 de Novembro amplamente divulgada nas plataformas de redes sociais, o Arcebispo Philip Anyolo Subira recusou mais de 5 milhões de xelins quenianos (38.500 dólares) que o Presidente William Samoei Ruto ofereceu à Igreja Católica de Soweto no dia 17 de Novembro, para apoiar a construção de uma nova reitoria na freguesia.

O presidente deu ainda ao coro paroquial e à Infância Missionária Pontifícia uma recompensa em dinheiro de 600 mil xelins quenianos (4.600 dólares) e prometeu doar um autocarro à paróquia, os quais, o arcebispo também recusou, segundo a Agência Católica de Notícias (CNA).

No entanto, o Arcebispo Philip Anyolo anunciou que os fundos e as promessas seriam recusados, em linha com uma política da Conferência dos Bispos Católicos do Quénia (KCCB) que proíbe a Igreja Católica de aceitar donativos oriundos de políticos.

“Estes fundos serão devolvidos aos respectivos doadores e o autocarro prometido não será aceite”, lê-se num comunicado do Arcebispo Anyolo, salientando que a Igreja deve permanecer livre de influência política para salvaguardar a sua integridade e servir como um espaço neutro para o crescimento espiritual e comunitário.

O Arcebispo Anyolo apelou ainda aos políticos para que se concentrem na liderança ética e abordem as questões prementes levantadas pela KCCB, incluindo os desafios económicos e a crescente insegurança.

O anúncio segue-se a uma declaração recente da KCCB que critica o Governo por não cumprir as promessas de campanha e por introduzir o que descreveu como impostos “não razoáveis”.

Falando em Nairobi na passada quinta-feira, os bispos acusaram o Governo de sobrecarregar os cidadãos com impostos excessivos, considerando-o uma tentativa velada de reintroduzir a rejeitada Lei das Finanças de 2024.

“Parece uma forma oculta de trazer de volta a Lei das Finanças. O actual regime fiscal já é proibitivo e oneroso para os quenianos”, afirmou D. Maurice Muhatia.

Os bispos levantaram também preocupações sobre o aumento dos casos de raptos, desaparecimentos e execuções extrajudiciais, instando o Governo a abordar estas questões à medida que as famílias continuam a procurar justiça para os entes queridos afectados durante as recentes manifestações.

PUBLICIDADE