ELEIçõES
Venâncio Mondlane falta ao encontro do PR com candidatos presidenciais

27/11/2024 12h36
Maputo - O encontro entre o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e os quatro candidatos presidenciais para buscar soluções para a crise pós-eleitoral não foi conclusivo, devido a ausência de Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido PODEMOS, que alegou falta de garantia de segurança.
Ao gabinete do Presidente Filipe Nyusi compareceram os candidatos Daniel Chapo, da Frelimo, Ossufo Momade, da Renamo, e Lutero Simango, do MDM.
“Como é do conhecimento de todos, devíamos estar aqui os quatro candidatos para poder permitir que esse encontro fosse, de facto, um encontro não só da análise da situação, mas também para o bem da nação moçambicana”, disse Lutero Simango.
Por seu lado, o candidato da Renamo, Ossufo Momade, também mencionou a ausência de Venâncio Mondlane, pelko que, disse, "o encontro não teria valia nenhuma", tendo apelado ao Presidente para intervir.
“Há uma necessidade do senhor Presidente, como magistrado da nação, fazer tudo para que ele (Mondlane) possa estar no país, mas a Procuradoria tem um processo contra este cidadão, é preciso que façam alguma coisa para que possamos tê-lo aqui no país, e em relação à sua segurança”, defendeu Momade.
Daniel Chapo limitou-se a agradecer o convite para participar do encontro.
Por seu lado, o Presidente comentou que a ausência de Venâncio Mondlane deve-se ao facto de estar em parte incerta.
“O candidato Venâncio não foi expulso de Moçambique, não há motivos para não estar em Moçambique (...) se estivesse num sítio conhecido, se calhar até eu sugerisse a esta equipa que está interessada em resolver o problema, iríamos ter com ele lá (...) mas ninguém sabe onde está”, disse Filipe Nyusi.
O Chefe de Estado acrescentou que o “esforço será feito para garantir que ele esteja aqui, e pelo que me pareceu ele aceitou o convite, não colocou o problema de segurança”.
Na semana passada, Venâncio Mondlane aceitou o convite e exigiu "garantias de segurança política e jurídica para actores e intervenientes no diálogo" e a "libertação de todos os detidos, no âmbito das manifestações".
No entanto, quase que à mesma hora do encontro na Presidência da República, Venâncio Mondlane reagiu em directo, na sua página no Facebook, afirmando que a sua ausência prende-se com o facto de não ter recebido resposta sobre os pontos de agenda por si previamente apresentados.
Citado pela VOA, adiantou que “o Presidente da República não tem nenhuma vontade genuína de haver um debate sério, um diálogo sério para se resolver o problema da crise pós-eleitoral que Moçambique está vivendo”.
Afirmou que o Presidente “não tem preocupação nenhuma com os crimes, os ilícitos eleitorais que foram cometidos pelo STAE na manipulação dos resultados, no adulteramento de documentos, na falsificação de editais e das acta”.
Não foi anunciada uma nova data para um eventual novo encontro.
De recordar que Moçambique vive uma onda de violência e de manifestações, depois de anunciados os resultados das eleições presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais, que deram uma vitória ao actual partido no poder, a Frelimo, que governa o país, desde a independência, em 1975.