África

África


PUBLICIDADE

Polícia moçambicana admite uso da força para travar manifestações

Eleições em Moçambique
Eleições em Moçambique Imagens: DR

Redacção

Publicado às 15h08 04/12/2024

Maputo - O ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Ronda, anunciou, esta terça-feira, que a policia não vai tolerar novas manifestações e tudo fará para repor a ordem, na véspera de mais uma fase de protestos contra os resultados eleitorais convocada pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane. 

Os protestos, cujo epicentro é a cidade de Maputo, visam, segundo Venâncio Mondlane, repor a justiça eleitoral, uma vez que se julga vencedor das eleições presidenciais de 09 de Outubro, oficialmente conquistadas pelo candidato da Frelimo, Daniel Chapo.

Na nesta nova fase de protestos, para iniciar esta quarta-feira com a denominação 4x4, Venâncio Mondlane sugere o encerramento, entre outros, de aeroportos, portos e fronteiras.

Pascoal Ronda reiterou que as manifestações são ilegais, em virtude de não cumprirem a lei, pelo que as Forças de Defesa e Segurança irão “usar todos meios à sua disposição para assegurar que se possam realizar cerimónias sociais e o funcionamento das instituições, normalmente”.

Advertiu que a acção da policia “não deve ser entendida pela sociedade como uso excessivo da força, quando a intenção é repor a ordem, segurança e tranquilidade”.

Este pronunciamento é feito após as autoridades de defesa e segurança terem sido vistas a recorrer a intervenções agressivas para impedir manifestações, sendo um dos casos mais mediatizados o atropelamento de uma jovem, por um carro blindado, em Maputo.

Organizações locais e internacionais, incluindo a Comissão Nacional dos Direitos Humanos, já solicitaram às autoridades o esclarecimento e responsabilização por tais atropelos, e sobre isso Pascoal Ronda não fez nenhum comentário.

Terça-feira, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos veio a público apelar à salvaguarda dos direitos fundamentais, por parte da polícia, ao mesmo tempo que exortou os cidadãos a exercerem o seu direito à manifestação de forma pacífica, com obediência às normas que regulam o exercício dos direitos e liberdades individuais.

PUBLICIDADE