São Tomé - O Presidente da República de São tomé e Príncipe nomeou um novo primeiro ministro, Américo D`Oliveira dos Ramos, depois da indigitada Ilza Amado Vaz ter renunciado ao cargo, três dias depois da sua nomeação.

Com efeito, o Presidente da República, Carlos Vila Nova, nomeou, na quinta-feira, Ilza Amado Vaz, indicada pelo partido Acção democrática Independente (ADI), para substituir Patrice Trovoada, exonerado na última segunda-feira.

Três dias depois, este domingo, a que foi ministra da justiça, Administração Pública e dos Direitos Humanos do governo demissionário de Patrice Trovoada, renunciou ao cargo, com o argumento de que "a divulgação da lista de nomes propostos, antes de ser do conhecimento do Presidente da República, minou a confiança necessária para a coabitação entre os dois órgãos" (presidência e primeiro-ministro).

Ilza Amado Vaz tinha submetido ao Presidente da República, sábado último, uma lista de nomes que deveriam preencher o décimo nono Governo constitucional, mas o novo executivo acabou por não ser formado e a primeira-ministra indigitada renunciou o cargo.

No decreto presidencial da exoneração de Ilza Amado Vaz lê-se que a nomeada alega que “perante o contexto, a sua permanência no cargo não contribuiria para o sucesso das políticas e o desenvolvimento harmonioso e pacífico de São Tomé e Príncipe, que não podem ser alcançados sem estabilidade, boa colaboração institucional e sustentabilidade parlamentar”.

Um dia antes da renúncia, a comissão política do partido ADI tinha denunciado a interferência do Presidente da República na formação do governo e publicado a lista de nomes indicados para o futuro governo.

Com a saída de Ilza Amado Vaz, o partido ADI, vencedor das últimas eleições, apresentou, este domingo, o nome de Adelino Pereira, antigo Procurador-geral da República, mas num novo decreto O Presidente da República nomeou Américo D`Oliveira dos Ramos, actual governador do Banco Central do país para o cargo de primeiro-ministro e chefe do governo, depois de ter ouvido os partidos políticos com assento parlamentar.

Américo Ramos foi ministro das Finanças, no período de 2014 a 2018, durante o governo liderado por Patrice Trovoada, e acabou detido, em 2019, por alegada prática de actos de corrupção, tendo sido posteriormente inocentado pelo Ministério Público. Ficou detido três meses na cadeia central de São Tomé.