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Polícia sul-africana termina operação de salvamento de garimpeiros

Polícia sul-africana termina operação de salvamento de garimpeiros
Polícia sul-africana termina operação de salvamento de garimpeiros Imagens: DR

Redacção

Publicado às 08h15 17/01/2025

Joanesburgo - A polícia sul-africana anunciou que terminou a operação de salvamento na mina de ouro de Stilfontein e que acredita ter retirado todos os sobreviventes e mortos do local, após terem estado la bloqueados durante meses.

O anúncio inesperado surgiu quinta-feira, 16 de Janeiro, após as autoridades terem anunciado que recuperaram 78 corpos do local e resgataram mais de 240 sobreviventes, desde o princípio desta semana.

A autoridade policial garantiu ainda que as equipas de resgate vão fazer uma última vistoria à mina para garantir que não há mais sobreviventes ou corpos no subsolo.

Aparentemente, é o fim súbito de uma catástrofe que provocou críticas, no ano passado, à decisão do Governo sul-africano de tentar forçar a saída dos garimpeiros através da proibição do acesso a alimentos, água e medicamentos.

O resgate começou na segunda-feira, por ordem judicial, mas a equipa de salvamento responsável pelo mesmo não desceu o poço alegando “motivos de segurança”.

Assim, o processo tem sido feito por voluntários e esperava-se que durasse dez dias porque cabiam poucas pessoas de cada vez na jaula de resgate e porque o poço é muito profundo.

Grupos cívicos afirmam que as autoridades removeram as cordas e os sistemas de roldanas que os mineiros usavam para entrar e sair de pelo menos um dos poços da mina e enviar mantimentos, mas as autoridades sul-africanas argumentaram que os mineiros sempre puderam sair por outro poço da mina, uma das mais profundas deste país rico em minerais.

Todavia, os activistas afirmam que isso implicaria uma perigosa caminhada subterrânea que poderia levar dias, e que muitos estariam demasiado fracos ou doentes após meses debaixo de terra para o poderem fazer.

A polícia, por sua vez, reitera que alguns mineiros se recusaram a sair. A mina, que fica a cerca de 150 quilómetros de Joanesburgo, tem 2,5 quilómetros de profundidade, com vários poços, muitos níveis e um labirinto de túneis.

Um grupo que representa os mineiros afirmou haver grupos em várias partes da mina e estimou que mais de 500 pessoas estavam no subsolo quando o resgate começou.

Não se sabe exactamente quanto tempo estiveram debaixo da terra, mas os familiares dizem que alguns deles estavam desde Julho.

Segundo a polícia, foram presos todos os garimpeiros que saíram antes e durante a operação de resgate e que serão acusados de mineração ilegal e invasão de propriedade.

Foi apreendido ouro, explosivos, armas de fogo e mais de dois milhões de dólares em dinheiro dos mineiros.

Um dos grupos cívicos que representam os mineiros divulgou dois vídeos durante o fim-de-semana, mostrando o que diz serem as terríveis condições no subsolo.

Neles, podem ser vistos dezenas do que parecem ser cadáveres alinhados numa caverna escura e embrulhados em plástico.

Mostram também mineiros sem camisa e de aspecto macilento, enquanto quem filma diz que estão a morrer e implora às autoridades que lhes enviem comida e os tirem dali.

A exploração mineira ilegal é uma prática comum na África do Sul, com mineiros, por vezes menores de idade, a trabalhar em minas desactivadas e abandonadas, principalmente na área da cidade de Joanesburgo e arredores.

 

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