Venâncio Mondlane anuncia seu regresso a Moçambique para quinta-feira

Maputo - O candidato presidencial apoiado pelo PODEMOS, Venâncio Mondlane, revelou que vai regressar a Moçambique, esta quinta-feira, depois de viver no exilio, nos últimos meses, depois das eleições de 09 de Outubro de 2024.

Num vídeo publicado na rede social Facebook, Venâncio Mondlane informou que o seu regresso enquadra-se na nova fase de contestação dos resultados eleitorais, que está a denominar de "ponta-de-lança", que havia anunciado há cerca de uma semana.

"Na próxima quinta-feira, dia 9 de Janeiro, às 8 horas e cinco minutos, pontualmente, eu, Venâncio Mondlane, vou estar no aeroporto internacional de Mavalane [aeroporto de Maputo]. Estarei em Moçambique", garantiu.

O candidato derrotado revelou que o papel que tinha de desempenhar fora de Moçambique, "para que os protestos pudessem ser organizados e avançassem, foram organizados e avançaram". "Não estive fora de Moçambique por medo", assegurou.

No despacho noticioso da VOA, Venâncio Mondlane é citado como tendo convidado o povo moçambicano a lhe receber no aeroporto, convite que estendeu a órgãos políticos e da justiça, nomeadamente o Conselho Constitucional.

O candidato disse ainda não ter receio sobre o que lhe possa acontecer, após o regresso, enfatizando que "o meu corpo está à disposição. Podem matar a mim. A única coisa que sei é que a minha luta nunca vai morrer".

No vídeo, Venâncio Mondlane acusa a União Africana e o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), quanto a situação humanitária do país. "A crise humanitária, política, social, eleitoral em que Moçambique se encontra, a União Africana foi irrelevante. E a CDC quase patética", afirmou, adiantando que há instituições internacionais, como a União Europeia e os EUA, que são "mais sensíveis à questão moçambicana".

Todos os partidos confirmaram que os seus representantes parlamentares eleitos vão tomar posse, no dia 13 do corrente mês, incluíndo os do partido PODEMOS, que apoiou a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane.

Venâncio Mondlane adiantou que "podem tomar posse", mas "vão tomar posse, sob um lençol de sangue destes heróis desta democracia", referindo-se as dezenas de mortos e feridos resultado das manifestações que têm assolado o país.

O Conselho Constitucional de Moçambique, depois de validar os resultados das eleições, marcou para dia 15 do corrente mês a tomada de posse do presidente eleito, Daniel Chapo, numa cerimónia que vai decorrer na Praça da Independência.