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Crise na RDC será analisada pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU

Crise na RDC será analisada pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU
Crise na RDC será analisada pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU Imagens: Xinhua

Redacção

Publicado às 08h09 06/02/2025

Genebra - O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas reúne-se de emergência na sexta-feira, 7 de Fevereiro, para analisar a crise no leste da República Democrática do Congo (RDC) e o seu impacto na vida das populações civis.

As autoridades da RDC solicitaram, terça-feira, esta reunião extraordinária, que é apoiada por várias dezenas de países membros do Conselho e por observadores, disse o porta-voz Pascal Sim, em Genebra.

Cerca de dois mil congoleses manifestaram-se na última terça-feira em frente à delegação da União Europeia (UE) em Pretória, na África do Sul, para exigir sanções europeias contra o Rwanda, na sequência do avanço relâmpago do Movimento 23 de Março (M23) e das tropas do rwanda no leste da RDC, segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP).

"A situação na RDC é semelhante à da Ucrânia", disse um manifestante, Elie Kalonji Ikasereka.

"Pedimos à UE que garanta que as medidas aplicadas à Rússia sejam também aplicadas ao Rwanda e ao seu Presidente, Paul Kagame", prosseguiu Ikasereka, um comerciante congolês que vive em Joanesburgo há 20 anos, salientando que não têm problemas com o povo ruandês, mas sim com o seu líder.

No meio da manifestação, surgiram também insultos e acusações, segundo as quais, "A UE está a apoiar o Rwanda para pilhar os nossos minerais", acusou Monique Mbiya Nkolombo.

"Se a UE precisa de alguma coisa da RDC, deve entrar pela porta da frente e deixar de comprar minerais que passaram pelo Rwanda", reforçou.

A rede Europa-África Central (Eurac), que reúne cerca de 30 Organizações Não-Governamentais europeias especializadas na região dos Grandes Lagos também afirmou que a UE "alimentou a escalada das tensões regionais".

Na semana passada, o grupo armado anti-governamental M23 e as tropas do Rwanda tomaram Goma, uma importante cidade no leste da RDC.
Os combates cessaram na cidade de mais de um milhão de habitantes, mas nos últimos dias registaram-se confrontos na província vizinha de Kivu do Sul, fazendo temer um avanço até à sua capital, Bukavu.

"Não há vozes que ameacem Kagame de forma pragmática. Nós, os congoleses, estamos a sofrer", disse o ativista congolês Chriss Zas's, de 32 anos, durante a manifestação em Pretória.

O M23 anunciou na segunda-feira à noite que estava a declarar um cessar-fogo a partir da 5 de Fevereiro de 2025 por razões humanitárias.

 

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