Crise na RDC será analisada pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU
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Genebra - O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas reúne-se de emergência na sexta-feira, 7 de Fevereiro, para analisar a crise no leste da República Democrática do Congo (RDC) e o seu impacto na vida das populações civis.
As autoridades da RDC solicitaram, terça-feira, esta reunião extraordinária, que é apoiada por várias dezenas de países membros do Conselho e por observadores, disse o porta-voz Pascal Sim, em Genebra.
Cerca de dois mil congoleses manifestaram-se na última terça-feira em frente à delegação da União Europeia (UE) em Pretória, na África do Sul, para exigir sanções europeias contra o Rwanda, na sequência do avanço relâmpago do Movimento 23 de Março (M23) e das tropas do rwanda no leste da RDC, segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP).
"A situação na RDC é semelhante à da Ucrânia", disse um manifestante, Elie Kalonji Ikasereka.
"Pedimos à UE que garanta que as medidas aplicadas à Rússia sejam também aplicadas ao Rwanda e ao seu Presidente, Paul Kagame", prosseguiu Ikasereka, um comerciante congolês que vive em Joanesburgo há 20 anos, salientando que não têm problemas com o povo ruandês, mas sim com o seu líder.
No meio da manifestação, surgiram também insultos e acusações, segundo as quais, "A UE está a apoiar o Rwanda para pilhar os nossos minerais", acusou Monique Mbiya Nkolombo.
"Se a UE precisa de alguma coisa da RDC, deve entrar pela porta da frente e deixar de comprar minerais que passaram pelo Rwanda", reforçou.
A rede Europa-África Central (Eurac), que reúne cerca de 30 Organizações Não-Governamentais europeias especializadas na região dos Grandes Lagos também afirmou que a UE "alimentou a escalada das tensões regionais".
Na semana passada, o grupo armado anti-governamental M23 e as tropas do Rwanda tomaram Goma, uma importante cidade no leste da RDC.
Os combates cessaram na cidade de mais de um milhão de habitantes, mas nos últimos dias registaram-se confrontos na província vizinha de Kivu do Sul, fazendo temer um avanço até à sua capital, Bukavu.
"Não há vozes que ameacem Kagame de forma pragmática. Nós, os congoleses, estamos a sofrer", disse o ativista congolês Chriss Zas's, de 32 anos, durante a manifestação em Pretória.
O M23 anunciou na segunda-feira à noite que estava a declarar um cessar-fogo a partir da 5 de Fevereiro de 2025 por razões humanitárias.