Moçambique: Daniel Chapo eleito Presidente da Frelimo


Maputo - O Comité Central da Frelimo elegeu, esta sexta-feira, Daniel Chapo ao cargo de presidente do partido, em substituição de Filipe Nyusi, depois de ter assumido a presidência do país, em Janeiro último.
“Este é um momento especial para o nosso partido e de muita responsabilidade, por estarmos a assumir este grande partido, que começou a construir Moçambique, a partir de 1962", afirmou Daniel Chapo no seu discurso, depois da eleição.
Agradeceu o "voto de confiança que os camaradas membros do Comité Central, que representa milhões de membros, simpatizantes, militantes e população moçambicana em geral”.
Sobre o país, o também Presidente da República reafirmou que vai continuar a "trabalhar com todos para consolidar a paz, a unidade nacional e o desenvolvimento do país".
Afirmou que "não há ninguém que pode dirigir um país como Moçambique e garantir o bem-estar dos moçambicanos sozinho", e concluiu que "tal tarefa só é possível com unidade, independentemente das diferenças raciais, étnicas ou religiosas".
Por seu lado, o presidente cessante do partido, Filipe Nyusi, encorajou Daniel Chapo a "prosseguir com firmeza, para que, sob a sua liderança, o país possa enfrentar com sucesso os desafios da actualidade e outras ameaças que atrasam o desenvolvimento do país”.
Filipe Nyusi reconheceu a existência de um debate a exigir a separação do presidente do partido da Chefia do Estado, mas remeteu o assunto para o Congresso da Frelimo.
“Enquanto a decisão não for tomada, tomamos a iniciativa de entregar a liderança ao actual ciclo governativo”, afirmou reiterando a necessidade de assegurar a “unicidade de comando” porque, enfatizou, "poderá reforçar a coesão interna do partido".
Daniel Chapo tomou posse como Presidente da República, a 15 de Janeiro último, depois de um conturbado processo eleitoral, cujos resultados não foram aceites pelos partidos da oposição.
O segundo candidato presidencial mais votado, de acordo com os dados oficiais, Venâncio Mondlane, convocou protestos, a 24 de Outubro do ano passado, que se prolongaram por três meses, e que resultaram, segundo a ONG Plataforma Decide, em 327 mortos, 750 feridos e mais de quatro mil detidos, em todo o país.