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Presidente João Lourenço assume presidência da União Africana por um ano

Presidente da República, João Lourenço
Presidente da República, João Lourenço Imagens: Jornal de Angola

Redacção

Publicado às 13h59 15/02/2025 - Actualizado às 10h05 16/02/2025

Addis Abeba - O Presidente da República, João Lourenço, assume, a partir deste sábado, a presidência "pro tempore" da União Africana (UA), até Fevereiro do próximo ano, em cerimónia realizada na sede da organização, em Addis Abeba (Etiópia).

O mandato do Presidente angolano iniciou com a passagem de testemunho do anterior líder da organização, o Chefe de Estado da Mauritânia, Mohamed Ould Ghazouani, na sala de planárias da UA, denominada "Nelson Mandela", durante a abertura da trigésima oitava sessão ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, que termina domingo.

A Conferência de Chefes de Estado e de Governo, dirigida por João Lourenço, , tem em agenda apreciar e adoptar as recomendações saídas da reunião do Conselho Executivo da União Africana, que se realizou nos dias 12 e 13 do corrente mês.

Antes da entrega do martelo, que simboliza a transição da presidência, o Presidente cessante da organização discursou, tendo em seguida discursado o estadista angolano, num acto assistido por Chefes de Estado e de Governo africanos, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, o líder da Alta Autoridade Palestiniana, entre outras altas entidades convidadas.

Sobre a presidência de Angola, o presidente da Comissão da União Africana, Mousa Faki, disse à imprensa angolana que Angola vai jogar um papel importante na resolução dos conflitos em África, particularmente entre o Rwanda e a República Democrática do Congo, frecordando o papel do país, no quadro do Processo de Luanda.

Por seu lado, o Presidente João Lourenço, ao falar, sexta-feira, na reunião de alto nível do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da UA, afirmou que só fará sentido a continuação dos esforços de pacificação no Leste da RDC caso se verifique um engajamento sério das partes e coerência relativamente aos compromissos já assumidos.

João Lourenço, que falava na qualidade de Presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África e mediador do processo de paz no Leste da RDC, enfatizou que "se assim não for, estar-se-á a perder tempo e energias com as acções que se vêm empreendendo para restituir a paz a este país irmão agredido”.

Na reunião, João Lourenço prestou uma informação sobre as actividades que desenvolveu, de Fevereiro de 2024 à data presente, no quadro missões mandatadas pela UA.

Presenciada pelo Chefe de Estado da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, e pelo Secretario-geral das Nações Unidas, António Guterres, o estadista angolano sublinhou que, desde a assumpção das suas responsabilidades, procurou levar a efeito uma série de acções que favorecessem a concretização do mandato conferido pela UA, com a intenção de se construírem "soluções africanas para os problemas africanos".

“Coloquei todo o meu empenho na identificação dos principais problemas que afectam a paz e a segurança em África e realizei esforços permanentes, no sentido de contribuir para a resolução dos conflitos que prevalecem no nosso continente, com especial destaque para o que se desenrola no Leste da República Democrática do Congo”, salientou.

João Lourenço manteve um encontro em privado com o Presidente do Rwanda, Paul Kagame, tendo sido tratado o conflito no Leste da RDC, onde as forças do M-23 apoiadas pelo exército rwandes ocuparam a cidade de Goma, no Kivu Norte.

Na reunião, o Chefe de Estado angolano apelou que os Estados membros da União Africana se mobilizem para intensificarem as diligências junto das Nações Unidas e dos parceiros internacionais em busca da paz no Sudão, onde mais de 15 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária urgente.

De recordar que, o presidente "pro tempore" da União Africana é seleccionado pela Conferência de Chefes de Estado e de Governo da organização, após consultas por parte dos Estados-membros, para um mandato de um ano.

A União Africana (UA) tem 55 membros, e foi criada a 09 de Julho de 2002, em Durban, África do Sul, substituindo a Organização de Unidade Africana (OUA), fundada a 25 de Maio de 1963, em Addis Abeba, Etiópia.

João Lourenço torna-se o vigésimo terceiro presidente da União Africana desde a criação da organização continental.

Os Presidentes Mohamed Ould Cheikh AI-Ghazouani (Mauritânia), Azali Assoumani (Comores), Macky Sall (Senegal), Felix Tshisekedi (RDC), Cyril Ramaphosa (África do Sul), Abdel Fattah el-Sisi (Egipto), Paul Kagame (Rwanda), Alpha Conde (Guiné), Idriss Déby (Tchad), Robert Mugabe (Zimbabwe), Mohamed Ould Abdel Aziz (Mauritânia), Hailemariam Dessalegn (Etiópia) e Thomas Yayi Boni (Benin) já lideraram a organização.

Também já presidiram a União Africana Teodoro Obiang Nguema Mbasogo (Guiné Equatorial), Bingu wa Mutharika (Malawi), Muammar Kadhafi (Líbia), Jakaya Mrisho Kikwete (Tanzânia), John Kufuor (Ghana), Dénis Sassou N’Guesso (Congo), Olusegun Obasanjo (Nigéria), Joaquim Alberto Chissano (Moçambique) e Thabo Mbeki (África do Sul).

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