Embaixador da África do Sul nos EUA declarado "persona non grata"


Washington - O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio declarou sexta-feira o embaixador da África do Sul nos Estados Unidos "persona non grata", acusando-o de "odiar" Donald Trump.
Ebrahim Rasoom "alimenta as tensões raciais, odeia os Estados Unidos e odeia o Presidente" Donald Trump, escreveu Marco Rubio no X, acrescentando que o diplomata sul-africano "já não é bem-vindo" em Washington e que passa a ser considerado "persona non grata".
O Departamento de Estado não forneceu mais pormenores e não ficou claro se o embaixador se encontrava sequer nos EUA na altura em que a decisão foi tomada.
Rubio fez a publicação quando regressava a Washington depois de uma reunião do Grupo dos 7 ministros dos Negócios Estrangeiros no Quebeque.
A decisão surge depois de Trump ter assinado uma ordem executiva que cortou a ajuda e a assistência ao governo sul-africano.
Na ordem, Trump disse que os africâneres da África do Sul, que são descendentes de colonos holandeses, estavam a ser visados por uma nova lei que permite ao governo expropriar terras privadas.
O Governo sul-africano negou que a nova lei esteja relacionada com a raça, e diz que as afirmações de Trump sobre o país e a lei estão repletas de desinformação e distorções.
Trump afirmou que as terras estavam a ser expropriadas aos africâneres - que a ordem referiu como "proprietários de terras racialmente desfavorecidos" - quando nenhuma terra foi tomada ao abrigo da lei.
Trump também anunciou um plano para oferecer aos africâneres o estatuto de refugiados nos EUA.
A Lei da Expropriação foi promulgada pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, no início deste ano e permite que o governo tome terras em casos específicos em que estas não estejam a ser utilizadas ou em que a sua redistribuição seja do interesse público.