Negociações de cessar-fogo na RDC condicionam saída de tropas sul-africanas


Pretoria - A ministra sul-africana da Defesa, Angie Motshekga, diz que o regresso dos militares do país, estacionados em Goma, está dependente do progresso das negociações de cessar-fogo, entre o governo da República Democrático do Congo (RDC) e os rebeldes do M23.
Em Março passado, os chefes de Estado e de Governo da SADC ordenaram a retirada dos militares que integram a missão de paz no leste da República Democrática do Congo, onde lutavam contra o M23.
Esta decisão foi tomada após a morte de 18 militares da missão da SADC, na sua maioria sul-africanos, depois de confrontos com os rebeldes do M23, que acabaram por tomar a cidade de Goma.
Este episodio colocou o governo de Pretoria sobre pressão, com exigências de que os cerca de dois mil militares regressem o mais rapidamente possível ao país.
Mais de um mês depois da decisão de retirada, os soldados sul-africanos continuam em Goma, havendo até relatos de que estejam cercados pelos rebeldes.
Neste fim-de-semana, o chefe do estado maior das forças sul-africanas, o General Rudzani Maphwanya, desmentiu essa alegação e explicou que o exército está a mapear a maneira de trazer os soldados de volta ao país.
Maphwanya foi secundado pela ministra da Defesa, Angie Motsekga, que esclareceu que em breve será anunciada a data de retorno dos militares que estão em Goma, após a finalização do plano de evacuação:
“Estamos a trabalhar nos aspectos logísticos para trazê-los de volta em segurança. Sempre que me encontro com os generais, sou informada sobre o ponto em que nos encontramos. O plano está em andamento. Anunciaremos a data de retorno em breve, mas precisamos ter dados actualizados sobre o Aeroporto de Goma e decidir se usaremos a estrada que atravessa Uganda ou Ruanda. Mas há um acordo para que eles voltem para casa”, disse.
A ministra Motsekga reiterou que, a despeito de ter enviado um contingente militar, a África do Sul sempre defendeu uma solução de diálogo para o fim das hostilidades no leste do Congo Democrático.