Pretória - O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, recebeu, quinta-feira, o seu homólogo ucraniano, Volodimiy Zelensky, no quadro da visita de Estado de algumas horas a África do Sul, segundo a imprensa local.

No fim do encontro, que decorreu no palácio presidencial Union Buildings, em Pretória, o estadista ucraniano considerou a sua visita histórica, por assinalar uma forte mudança nas relações entre os dois países.

Volodimiy Zelensky acrescentou que a visita tem igualmente um significado especial por marcar, no campo diplomático, os esforços para evitar que a Rússia aumente a sua influente presença em África.

Entretanto, parte do programa de visita de Zelensky a África do Sul foi interrompida "sem aviso prévio", porque o presidente ucraniano teve de regressar ao seu pais antes do tempo previsto devido ao ataque aéreo nocturno realizado pela Rússia contra a capital ucraniana, Kiev.

Entretanto, Steven Gruzd, analista político do Instituto de Relações Internacionais sul-africano, disse que era previsível que a Rússia reagisse negativamente.
"Estou certo de que a Rússia ficaria desconfortável com esta visita, mas não acredito que tenha alternativas", sublinhou.

Por seu turno, o Presidente Ramaphosa disse que a visita do homólogo ucraniano ao país tem um significado especial, na medida em que a África do Sul também está sob o (radar) da grande pressão da Administração Trump, com quem prometeu dialogar directamente num futuro breve.

Ramaphosa acredita ainda que a presença do homólogo ucraniano dará maior força ao seu papel no apelo ao estabelecimento da tranquilidade na Ucrânia, que tanto clama pela paz.

O Chefe de Estado informou igualmente que manteve uma comunicação telefónica no início desta semana com Vladimir Putin e que ambos concordaram na existência "de fortes relações bilaterais entre os nossos respectivos países".

"Dedicamo-nos cada vez mais a trabalhar em conjunto para uma pacífica resolução do conflito Rússia/Ucrânia", escreveu o líder sul-africano na sua página da plataforma X.

Entretanto, o Presidente sul-africano chefiou em 2023 uma delegação de líderes africanos a Kiev (Ucrânia) e a Moscovo (Rússia) com o objectivo de encontrar o melhor caminho para o alcance paz na Ucrânia.