Crescemos a vê-los no cinema, nas histórias em quadrinhos, desenhos animados etc. Mas antes do começo da abordagem sobre o surgimento desta espécie em Angola, vejamos o conceito de dinossauro.

Os dinossauros, ou dinossáurios (do grego deinos sauros, que significa "lagarto terrível"), constituem um grupo de diversos animais, membros do clado Dinosauria. Acredita-se que os dinossauros tenham aparecido há pelo menos 233 milhões de anos e que, por mais de 167 milhões de anos, foram o grupo animal dominante na Terra, num período geológico de tempo que vai do período Triássico até o final do período Cretáceo, há cerca de 66 milhões de anos, quando um evento catastrófico ocasionou a extinção em massa de quase todos os dinossauros, com excepção de algumas espécies emplumadas, as aves.

Trata-se de uma espécie de dinossauro saurópode que recebeu o nome de Angolatitan adamastor, que em latim significa " Titã de Angola". O nome "Adamastor" é uma referência à figura mitológica de Os Lusíadas que representava os perigos que os portugueses enfrentaram nas viagens, que eles chamaram de “descobertas", pela costa africana.

Angolatitan adamastor representa a descoberta do primeiro dinossauro em Angola sendo, na África subsaariana, uma das poucas ocorrências de dinossauros saurópodes desta idade geológica. Este animal herbívoro de cerca de 13 metros de comprimento viveu há aproximadamente 90 milhões de anos, numa idade geológica chamada Cretácico Superior.

Como foi descoberto o primeiro dinossauro angolano?

Foi a 25 de Maio de 2005 que o paleontólogo português Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã e do Centro de Estudos Geológicos da Universidade Nova de Lisboa, andava sozinho em prospecção de fosseis pelas arribas do Ambriz, na província de Bengo, 70 quilómetros a norte de Luanda.

E foi assim que localizou ossos do dinossauro - embora estivesse em Angola numa expedição com o norte-americano Louis Jacobs, um paleontólogo da Universidade Metodista do Sul, no Texas. Juntos começavam o Projecto PaleoAngola, que pretendia descobrir, estudar e mostrar fosseis de vertebrados, envolvendo cientistas portugueses, angolanos, norte-americanos e de outros países.

Em questões evolutivas, o descobridor afirma que o Angolatitan adamastor era já uma relíquia, e daí mais além Octávio Mateus dizendo que "era relativamente primitivo." Encontrava-se num ramo tão baixo da árvore evolutiva dos dinossauros que era o único representante desse ramo no Cretácico Superior. "Isto mostra que, de alguma forma, África serviu como refúgio a esse grupo de dinossauros."

O mundo inteiro passou a admirar a espécie descoberta, que hoje é descrita numa revista científica brasileira como sendo de um género e uma espécie novos para a ciência. O estudo, publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciência, descreve que o saurópode herbívoro tinha pescoço comprido e foi uma das maiores criaturas que já passaram pela Terra.

A globalização da paleontologia

Matthew F. Bonnan, especialista em saurópodes da Universidade do Oeste de Illinois (EUA) e que não participou da pesquisa, disse que o estudo sobre a descoberta da nova espécie está bem fundamentado.
“Eu acho que eles foram muito cuidadosos”, disse, acrescentando que o feito pode contribuir para o entendimento sobre como os saurópodes se adaptaram a ambientes diferentes.

Bonnan ainda disse que foi “muito interessante” ver um estudo assim vindo de Angola. "O mais maravilhoso da paleontologia é que ela está ficando cada vez mais global", disse. Para Bonnan, estudos como este dão aos cientistas uma perspectiva global sobre a evolução dos dinossauros.

Quando questionado sobre o potencial de Angola no campo arqueológico, o paleontólogo português e descobridor responde de forma peremptória: “Há locais que são verdadeiros museus na Terra”.
Diante disto parece que quanto mais se cava às terras do mundo, mais África se encontra. Pois o continente africano é realmente a prova que é a terra dos mistérios.

Onde está exposto os fósseis do Angolatitan adamastor?

Segundo alguns relatos, esteve exposto no museu de Geologia da Universidade Agostinho Neto (UAN), na Marginal de Luanda. Outros relatos afirmam que já não se encontram em Angola. A pergunta que não se cala é a seguinte: onde estão os fosseis do primeiro dinossauro angolano, orgulho nacional e motivo de se pensar na consciência e preservação arqueológica nacional?