MARIO VARGAS LLOSA
ACENA-NOS DO FUNDO DA TERRA
EM CADA UM DOS SEUS LIVROS

José Luís Mendonça

O efeito impressionista da Literatura é fazer com que os tiranos não saiam impunes da História. Esta é a “vingança” do escritor.

Essa vingança está muito patente na obra A Festa do Bode (2011), um dos romances mais importantes de Mario Vargas Llosa, onde o autor recria uma República Dominicana de meados do século XX para recontar a história do general Rafael Leonidas Trujillo Molina - o "Bode" - e a implacável ditadura que implantou no país durante seus 31 anos de governo.

Prémio Nobel da Literatura em 2010 e "imortal" da Academia Francesa, Vargas Llosa foi romancista, ensaísta, articulista e professor universitário. Ao receber o Nobel da Literatura, Vargas Llosa admitiu a dificuldade, para um escritor latino-americano, de escapar à política, dado que o seu foi historicamente um continente marcado por problemas sociais, cívicos e morais. Ao galardoar Mario Vargas Llosa, a Academia Sueca destacou, na obra do escritor, uma "cartografia das estruturas do poder" com "imagens mordazes da resistência, revolta e dos fracassos do indivíduo".

A última obra, "Dedico-lhe o Meu Silêncio", foi publicada em outubro de 2023 - a despedida formal da ficção.

Jorge Mario Pedro Vargas Llosa nasceu em Arequipa, no Peru, a 28 de março de 1936.
Morreu no domingo, dia 13 de Abril de 2025, aos 89 anos, em Lima. Mas há himens que não morrem. Mario Vargas Llosa acena-nos do fundo da Terra, em cada um dos seus livros.