ECONOMIA
Feira Internacional de Luanda 2024: um impulso para a economia angolana
24/07/2024 12h18
A Feira Internacional de Luanda (FILDA), um dos eventos mais aguardados no calendário económico de Angola, reafirma anualmente o seu papel necessário como plataforma de negócios, inovação e desenvolvimento económico.
Na edição 2024, que conta com a presença do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, a FILDA consolida ainda mais a sua importância com a participação de mais de 80% expositores nacionais e milhares de visitantes, incluindo empresários, investidores e representantes governamentais.
Lançamentos e inovação
A FILDA destaca-se como um espaço privilegiado para lançamentos de produtos e serviços, uma vitrine para as mais recentes inovações do mercado. Empresas de sectores diversos, como tecnologia, agricultura, indústria e serviços financeiros, aproveitam a visibilidade da feira para apresentar as suas novidades. Este ano, entre os principais destaques estão:
1. Tecnologia e telecomunicações: empresas locais e internacionais apresentaram novas soluções de conectividade e dispositivos eletrônicos. A UNITEL, gigante das telecomunicações em Angola, é um exemplo.
2. Agricultura e sustentabilidade: startups e grandes empresas agrícolas lançaram produtos e tecnologias voltadas para a melhoria da produtividade e sustentabilidade no campo. Destaque para um sistema inovador de irrigação inteligente, que promete reduzir o consumo de água e aumentar a eficiência das colheitas, apresentado por uma empresa angolana.
3. Indústria e infraestrutura: o sector industrial teve grande destaque, com a apresentação de novas máquinas e equipamentos para a construção civil e a mineração. Uma empresa chinesa estreou uma linha de máquinas de construção ecoeficientes que busca atender à crescente demanda por infra-estrutura no país.
Impacto económico
A FILDA é mais do que um simples evento de exibição; é um motor económico vital para Angola, promove o comércio e a colaboração entre empresas nacionais e estrangeiras e fomenta investimentos directos e parcerias estratégicas.
1. Fortalecimento do comércio: a presença de empresas de diversas partes do mundo facilita a troca de conhecimentos e tecnologias, além da assinatura de contratos comerciais que podem impulsionar a economia local.
2. Atração de investimentos: a FILDA serve como uma vitrine para investidores estrangeiros, demonstra o potencial económico de Angola. O governo angolano aproveita a oportunidade para promover o ambiente de negócios no país, apresentar reformas e incentivos para atrair capital estrangeiro.
3. Geração de empregos: a realização da FILDA e os negócios gerados a partir dela contribuem para a criação de milhares de empregos, tanto directos quanto indirectos. Sectores como turismo, hotelaria e serviços de transporte experimentam um aumento significativo na demanda durante a feira.
Desafios e críticas
Apesar do sucesso, a FILDA 2024 não está isenta de críticas e desafios. A logística e a infra-estrutura continuam a ser áreas que necessitam de melhorias substanciais para suportar o crescimento contínuo do evento. A experiência dos visitantes ainda é prejudicada por questões como o tráfego intenso e a falta de transporte público eficiente para o local da feira.
Além disso, enquanto a FILDA tem sido um catalisador para grandes negócios, pequenas e médias empresas (PMEs) locais ainda encontram dificuldades para competir e aproveitar plenamente as oportunidades oferecidas pela feira. Há uma necessidade crescente de políticas que incentivem e facilitem a participação dessas PMEs e garantam que os benefícios económicos sejam amplamente distribuídos.
Perspectivas futuras
Ainda assim, a Feira Internacional de Luanda 2024 representa um momento de celebração e oportunidade para Angola, reflecte a resiliência e o dinamismo de sua economia. A cada ano, ela fortalece sua posição como um evento de referência, não apenas em África, mas no cenário global. Contudo, é imperativo que os desafios sejam enfrentados e superados para que a FILDA possa alcançar seu pleno potencial como uma força motriz do progresso económico angolano.