DESENVOLVIMENTO

ODS - 2030 : O caminho de Angola rumo à dignidade e igualdade para todos

Desenvolvimento - Cedida
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07/10/2024 11h23

Nunca antes na história da humanidade as nações estiveram tão interessadas em acções locais com impacto global, e pode-se entender com isso que se tratam de lições aprendidas que despertaram a visão dos decisores mundiais, e o mundo hoje sabe que tudo e todos importam para a existência humana.

Escrito de outro modo, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), formam um conjunto de 17 metas globais para garantir que todos os seres humanos possam realizar o seu potencial em dignidade e igualdade, dentro de um ambiente sustentável.

Esses objectivos abrangem desde a erradicação da pobreza e a promoção da educação de qualidade, até a garantia de empregos dignos, igualdade de género e combate às alterações climáticas. Com o horizonte de 2030 como o marco temporal, os ODS tornaram-se em agenda mundial para o desenvolvimento humano, económico e ambiental.

Em Angola, essas metas representam uma oportunidade de alinhamento com as melhores práticas globais e um desafio para transformar as condições sociais e económicas do país com o alicerce na sustentabilidade.

Angola está a dar passos importantes, sobretudo nos últimos anos, em políticas que visam o desenvolvimento sustentável, com foco em garantir um crescimento inclusivo e duradouro. Contudo, para que essas medidas tenham impacto real e sejam eficazes, o país precisa, de facto, implementar mecanismos de controlo e supervisão mais rigorosos.

Políticas Sustentáveis

A quantidade diversificada de recursos naturais, somada ao capital humano nacional maioritariamente jovem, pode fazer de Angola uma grande potência em matéria de crescimento sustentável em África.

As políticas que promovem o desenvolvimento rural, a agricultura, a produção local e a protecção do meio ambiente são entendidas como estratégias para reduzir a fome e a pobreza, mas é preciso ir, além disso, a vantagem competitiva pode ser o pensamento e o agir fora da caixa, sustentabilidade volta uma das palavras-chave.

A história sócio-económica recente angolana regista alguns esforços nesse sentido. Por exemplo, o Programa de Apoio à Produção Nacional, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), que visa estimular a produção nacional em sectores estratégicos, como a agricultura, agro-indústria e pesca.

O governo tem promovido linhas de crédito e financiamento para pequenos e médios produtores, oferecendo-lhes a oportunidade de expandir os seus negócios, gerar emprego e contribuir para a segurança alimentar do país.

Neste sentido, uma das contribuições para a eficácia e a sustentabilidade de programas como este é a inovação nos sistemas de controlo, acompanhamento e (auto)realimentação do sistema para que seja gerada de facto riqueza para as pessoas.

Angola tem registado avanços no sector de energia, com a aposta em fontes renováveis, como energia solar e hidroeléctrica, que é de facto uma preocupação com o bem-estar do planeta e das pessoas. Essas iniciativas são essenciais para garantir que as áreas rurais tenham acesso à energia eléctrica, o que pode impulsionar ainda mais o desenvolvimento económico local e melhorar a qualidade de vida das populações mais isoladas.

O acesso à educação e à capacitação profissional permitirá que os angolanos possam realizar o seu potencial e contribuir para o crescimento do país de forma digna e produtiva.

A sustentabilidade como caminho para a igualdade e a dignidade

A implementação dos ODS em Angola é mais do que uma meta internacional; é uma necessidade para o desenvolvimento inclusivo e sustentável do país. A promoção da produção local, a aposta na educação, na saúde e o uso de energias renováveis já são indicadores de que está a ser trilhado o caminho certo, mas só haverá sucesso real se existirem sistemas de controlo eficazes, mecanismos de continuidade e produção de riqueza sustentável para as famílias.

Ao fortalecer as boas práticas de governo, garantir a transparência na utilização dos recursos e acompanhar de perto a execução dos projectos, Angola pode assegurar que as suas políticas socio-económicos realmente transformem a vida dos seus cidadãos, permitindo que todos realizem o seu potencial em dignidade e igualdade.

O futuro de Angola, dentro do contexto dos ODS 2030, depende da sua capacidade de unir crescimento económico com justiça social e preservação ambiental. O caminho é desafiador, mas as fundações estão a ser estabelecidas. Resta garantir que as boas políticas não sejam minadas pela falta de controlo, para que os objectivos de desenvolvimento sustentável possam realmente se concretizar e transformar a realidade do país para as gerações futuras.

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