Por Redacção
Lubango – O músico e produtor angolano, Nikila de Sousa, criticou o imediatismo de alguns artistas angolanos, que optam por conteúdos de fraca qualidade, para obter um rápido retorno financeiro.
Em, declarações à ANGOP, no Lubango, o também compositor admitiu que são poucos os artistas da nova geração que observam algum rigor, nas letras das músicas que cantam, passando uma mensagem em que nada contribui para a formação de uma memoria colectiva recomendável.
Para o artista, há muitos assuntos do quotidiano que podem ser retratados nas músicas, como a reconstrução do país, exemplos de vida, o amor, a amizade, mortes nas estradas e violência, ainda assim a maior parte traz letras descontextualizadas e sem mensagem para oferecer à sociedade.
O autor do “cibernética”, que esteve no Lubango no fim-de-semana para o espectáculo da abertura da 121ª Edição da Festas da Senhora do Monte, apontou o dedo à nova geração, que segundo ele, está mais inclinada na produção de géneros musicais e letras que retiram o princípio da educação, bem como da qualidade artística.
Para ele, um artista que se preze, deve ser mensageiro de bons conteúdos e não o contrário, em virtude das pessoas se reverem nas músicas e nas letras que os mesmos passam.
Admitiu que a elevada concorrência no meio musical, pode ser a principal responsável desse status quo.
Autor de "Cibernética” e de "Clemência” já foi rapper, quando na década de 1990 integrou o grupo "Esquadrão 8" e na sua jovem caminhada artística conquistou o prémio da categoria de Música do Ano, na 3ª edição dos Globos de Ouro Angola 2022.