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Encerramento do Festival Internacional de Jazz marcado pelo Semba e Rumba congolesa

Festival Internacional de Jazz de Luanda
Festival Internacional de Jazz de Luanda Imagens: Edições Novembro

Redacção

Publicado às 12h47 03/05/2024 - Actualizado às 12h47 03/05/2024

Luanda - O Festival Internacional de Jazz, que decorreu na Baía de Luanda, teve um encerramento em apoteose na noite de quarta-feira, com o angolano Sanguito e o congolês democrático Jean Goulald a actuarem, numa perfeita demonstração de que o estilo musical dialoga com vários outros elementos rítmicos, entre os quais o semba e a rumba congolesa.

O festival teve a duração de dois dias, no âmbito da Bienal de Luanda, para saudar o 30 de Abril, Dia Internacional do Jazz.

O experiente saxofonista Sanguito foi acompanhado por Dinho Silva, na bateria, e Dalú Roger (percussão nacional), artistas que partilharam o palco com os jovens Capitão (guitarra), Rolan (teclados), Manilson (baixo) e Yuri (trombonista).

Os dois artistas proporcionaram momentos memoráveis do jazz de fusão. O congolês Jean Goulald Kalala trouxe uma proposta musical que lhe é peculiar, com misturas de reggae, blues, r&b e jazz, que com a alegria contagiante da rumba congolesa ofereceu ao grande público momentos ímpares.

O hibridismo musical dos artistas da República Democrática do Congo esteve na mesma linha do Geograph Music Station, que encerrou o primeiro dia do festival.

O projecto veio de Portugal e tem a direcção do percussionista angolano Mick Trovoada, que mais uma vez trouxe artistas de diferentes nacionalidades residentes em terras lusas, como aconteceu com Diasporando.

No guião do espectáculo estavam o baterista Dilson Groove e Nelito Gomes, com um passado histórico nos chamados conjuntos angolanos de música moderna, como os Indómitos, New Lovers e "Os Cinco de Luanda”.

Os mesmos colaboraram com Zé Agostinho e Filipe Mukenga, no Duo Missosso, tendo gravado com André Mingas, Rui Mingas e Belita Palma.

Na caravana de estrelas da música constaram ainda o cabo-verdiano Lúcio Vieira, o bissau-guineense Jery Bidan, o gambiano Mbye Ebrima, o moçambicano André Cabaço, o ucraniano Maryan Yanchyk, o israelita Illya Kushner, o turco Gulami Yesildal, o italiano Francesco Valente, o russo Dimitri Ledovskii e os portugueses Cláudio Gomes, Giel, Soraya Morais, Pri Azevedo, Gel e Orlando Santos. Do Brasil veio uma formação liderada por Emile Silva Pereira e Priscilla Balby.

Passaram ainda pelo Festival Internacional de Jazz de Luanda os americanos Mississipi Blues, Eleanor Quartet, Nuno Mingas, a camaronesa Seke Time, Massoxi e outros grandes nomes deste estilo musical de referência mundial, numa edição marcada pela presença de verdadeiros heróis do Jazz.

O momento serviu ainda para homenagear o americano Bill Howl Mady Perry, que pisou pela última vez um palco angolano na edição passada do Festival Internacional de Jazz, realizado pelo Resiliart Angola, em parceria com o Executivo angolano e a UNESCO.

O primeiro dia do festival contou com a presença da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, o ministro da Cultura, Filipe Zau, o governador de Luanda, Manuel Homem, membros do Executivo, o director Regional da UNESCO para a África Central, Paul Coustere, e entidades do corpo diplomático acreditado no país.

O músico Jay Lourenzo, responsável pela direcção artística do festival, afirmou, ao Jornal de Angola, que o evento foi desenhado para ser uma festa híbrida. "Nós desenhamos o evento de modo a ser virtual e presencial e tem duas componentes, sendo uma parte musical e a outra a exposição de artes plásticas”, afirmou.

O cantor destacou as homenagens aos cantores Rui Mingas, Sara Tavares e Bill Perry.

O secretário-geral da União Nacional dos Artistas e Compositores - Sociedade de Autores (UNAC-SA), Eliseu Major, apreciou a proposta do grupo Geograph Music Station, pela forma como conceberam os arranjos das músicas.

A cantora norte-americana Eleanor Dubinsky, uma das representantes internacionais do jazz, valorizou a iniciativa, que vai ao encontro do espírito de jazz.

 

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