TEATRO

Obras de Uanhenga Xitu adaptadas ao teatro

Escritor Uanhenga Xitu - DR
Escritor Uanhenga XituImagem: DR

29/08/2024 12h58

Luanda - A riqueza e potencial dramatúrgico da literatura angolana tem permitido, ao longo dos anos, vários grupos de teatro no país a adaptarem obras de escritores angolanos, entre os Uanhenga Xitu.

Um texto publicado no jornal de Angola, refere que ao logo da história do teatro angolano, várias gerações de encenadores e dramaturgos, estudiosos do teatro, com particular referência para Mena Abrantes, da companhia Elinga Teatro e Rogério de Carvalho, têm-se destacado nesta tarefa.

Realça também o trabalho que tem sido desenvolvido por Adelino Caracol (Horizonte Njinga Mbandi), Walter Cristóvão (Miragens), Tony Frampênio (Enigma), Adérito Rodrigues "BI” com o projecto "Cultura para Todos” da companhia de teatro (Pitabel), responsável pela realização do Circuito Internacional de Teatro (CIT).

A dinamização das artes cénicas tem sido visível, igualmente, em outras províncias com maior predominância para o Huambo, Bié e Benguela. Ao longo do mês em curso, várias actividades foram realizadas, inseridas nas comemorações do centenário de Uanhenga Xitu, pseudónimo literário de Agostinho André Mendes de Carvalho.

O teatro tem sido uma das disciplinas artísticas muito utilizadas para eternizar os feitos de Uanhenga Xitu.

Obras adaptadas para o teatro

O colectivo de artes Protevida abriu, em 2015, na Liga Africana, em Luanda, a quinta edição do Festival de Teatro da Paz "FESTEAPAZ”, com o espectáculo "Manana”, uma adaptação do romance de Uanhenga Xitu.

A peça tem a duração de uma hora e conta a história de um homem apaixonado pela literatura e ao mesmo tempo admirador das obras do autor de "O Mestre Tamoda”, "Vozes na Sanzala (Kahitu)” e "O Ministro”.

De acordo com Osvaldo Moreira, personagem principal da peça, a intenção da montagem do espectáculo foi prestar tributo a Uanhenga Xitu, uma das mais destacadas figuras da Literatura angolana, por intermédio de uma versão da história contada pelo autor em "Manana”.

Ao longo da peça, explicou, outras sete personagens decidem fugir um pouco da história original do livro e solicitam ao narrador que os apresente ao autor.

Segundo Osvaldo Moreira, a adaptação de "Manana” é uma homenagem ao contributo que Uanhenga Xitu deu à Literatura nacional. "Foi a forma encontrada para render uma homenagem ao escritor e mostrar que os grupos angolanos são capazes de transportar obras de autores nacionais para os palcos”.

A peça foi estreada em 2013, na Liga Africana. O espectáculo de teatro já foi igualmente exibido no Centro Cultural de Catete, por ocasião do 90º aniversário de Uanhenha Xitu.

"A Paixão que Fundiu”

"A Paixão que Fundiu” é uma peça de teatro, adaptada, também, do livro "Manana”, de Uanhenga Xitu, que o grupo Kipapumunu levou à cena, no palco da Liga Africana, em Luanda, em 2019, no âmbito do programa do Circuito Internacional de Teatro (CIT).

A peça, encenada e adaptada pelo professor e actor Hilário Monpates, segundo o director artístico, Luís Zage do grupo, o espectáculo retrata a vida dos jovens Zito e Manana, que se apaixonam, mas a relação não é aceite pelo feiticeiro Kilamba, que alega ter ocupado a jovem como mulher, quando a mãe da mesma ainda estava grávida.

A peça, disse, explora barreiras entre o tradicional e o moderno, num drama onde o amor e o feitiço se cruzaram. "A história do livro tem muitos elementos importantes sobre as tradições, hábitos e vivências dos angolanos e uma história de amor que nos leva a várias reflexões socioculturais. Por isso, decidimos optar por fazer uma adaptação do livro para o teatro.”

A peça, uma das mais relevantes do grupo, explicou, foi escrita numa época em que o grupo somente apresentava teatro na igreja.

A necessidade de tornar o projecto mais "profissional”, de acordo com Luís Zage, foi uma das razões que levou o grupo a adaptar a peça "A Paixão que Fundiu” do livro "Manana”, de Uanhenga Xitu.

Kahitu e as múltiplas personagens

O actor Carlos Cardoso, figura conhecida do teatro e teledramaturgia angolana, na qual desempenhou a personagem de Martins, assistente do Inspector Fragoso na novela de produção nacional "Reviravolta” (2002), também, deixou o seu subsídio.

Carlos Cardoso apresentou a sua versão enquanto actor do projecto Experimental Teatro. Explicou que o grupo montou a peça "Kahitu” em 1989. Com o espectáculo, a companhia participou no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), no Porto, Portugal.

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