Província de Cabinda tem inscritos 24 monumentos e sítios
Luanda - A província de Cabinda conta, actualmente, com um total de 24 monumentos e sítios, classificados, pelo Ministério da Cultura e Turismo, como património histórico-cultural nacional, deu a conhecer o secretário provincial da Cultura.
Ernesto Barros André avançou, ao Jornal de Angola, que na lista dos monumentos e sítios da província já classificados, destacam-se o Local de Concentração e Embarque de Escravos (Malembo), o Cemitério dos Nobres (Mbukumbuadi); o Marco Histórico do Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, entre os príncipes de Cabinda e os reis de Portugal, e a Igreja São Tiago Maior de Lândana, o primeiro património cultural reconhecido a nível da província de Cabinda, em 1959.
Referiu que constam igualmente da lista, vários edifícios de construção holandesa, incluindo o Palácio do Governo Provincial, os Tratados de Chinfuma e Tchicamba, os Baka-ma ou Zindunga, recentemente classificados como Património Cultural Imaterial, e ainda o Macamanzila, local onde, em 1961, um grupo de cidadãos nacionais destemidos e munidos de meios rudimentares como paus, catanas e espingardas de fabrico artesanal, atacaram as posições militares das tropas portuguesas.
Ernesto Barros André disse que a classificação desses bens patrimoniais visa, sobretudo, valorizar, preservar e divulgar a importância histórica dos referidos locais no contexto da identidade cultural angolana.
Acrescentou que os locais ora identificados, que despertam grande interesse turístico, ajudam a descobrir a história de Angola e contribuem significativamente na diversificação da economia nacional, através do Turismo Cultural.
Referiu que para melhor proteger o legado ancestral, foi criada uma comissão multissectorial, que vai fazer a gestão do património cultural e, também, das infraestruturas de apoio às actividades culturais.
“Todas essas iniciativas tendentes a identificar, preservar os monumentos e sítios e valorizar o património histórico-cultural da província, enquadram-se nas Políticas de Desenvolvimento e de Gestão Territorial”, frisou.
De acordo com o responsável, a conservação dos monumentos e sítios é imprescindível, pois a dinâmica do desenvolvimento das cidades tem contribuído negativamente para a perda e desvalorização desses patrimónios, que contam a história da ancestralidade e dos seus modus vivendis.
A conservação e valorização do património histórico-cultural da região, afirmou, afiguram-se como um pressuposto de capital importância, pois constituem elementos basilares para a consolidação da história local, bem como a organização da identidade cultural do povo e da região.
Ernesto André sublinhou que os monumentos e sítios têm um significado “sui generis”, pois além de serem símbolos que testemunham a história da região, constituem a memória colectiva do povo. “Daí a necessidade da sua preservação, mantendo o seu valor e o risco de não perderem, face à dinâmica de desenvolvimento das cidades”.
O responsável manifestou-se contra a destruição dos locais históricos na cidade, tal como sucedeu com o lugar onde embarcavam os escravos, hoje transformado no Centro de Conferências de Simulambuco.
Realçou as construções anárquicas nos perímetros do Tratado de Simulambuco, a destruição do Ncata (árvore estrondosa) e local de aparição da sereia “Tchi-muissi”, a divindade protectora da cidade de Tchiowa (Cabinda).