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Museu Nacional da Escravatura beneficia de fundo dos EUA

Museu da Escravatura em Luanda
Museu da Escravatura em Luanda Imagens: DR

Redacção

Publicado às 14h30 04/12/2024 - Actualizado às 14h37 04/12/2024

Luanda - O Governo norte-americano anunciou, esta terça-feira, a disponibilização de um fundo de 229 mil dólares para a reabilitação do Museu Nacional da Escravatura, em Luanda, e o seu apoio à candidatura do Corredor do Kwanza a Património Mundial da Humanidade.

O foi feito pela Casa Branca, no quadro da visita de Estado do Presidente americano, Joe Biden, a Angola, iniciada segunda-feira última.

Na sua comunicação, a Casa Branca declara que os Estados Unidos apoiam a candidatura do Corredor do Kwanza, em Angola, a Património Mundial da UNESCO, "como forma de olhar para o futuro, de restabelecer laços culturais e de celebrar a riqueza e a beleza de Angola”.

Anuncia ainda a atribuição de "uma subvenção de 229 mil dólares para apoiar o restauro e a conservação" do Museu Nacional da Escravatura.

Joe Biden cumpre uma visita de três dias, repartida entre Luanda e o LObito, na província de Benguela, onde, esta quarta-feira, participa na Cimeira Multilateral sobre o Corredor do Lobito, depois de, terça-feira, ter discursado no Museu Nacional da Escravatura, em Luanda, evocando a herança trágica do passado histórico de dois países, devido ao comércio transatlântico de pessoas escravizadas.

Importa recordar que, em 1619, um navio que transportava africanos escravizados capturados em Angola e obrigados a marchar através de uma rota conhecida como Corredor do Kwanza desembarcou em Hampton, Estado da Virgínia, estimando-se que existam actualmente cerca de 12 milhões de americanos de ascendência angolana.

Fundado em 1977, o museu “oferece uma programação que promove uma mensagem de harmonia, humanismo e respeito pelos direitos humanos” e os fundos serão utilizados para o restauro das galerias exteriores e interiores do edifício, segundo o Governo norte-americano.

Joe Biden e o seu homólogo angolano, João Lourenço, reuniram-se, esta terça-feira, no Palácio Presidencial, em Luanda, tendo abordado questões relativas ao comércio, investimento e infra-estruturas, segurança e estabilidade regional e aprofundamento da cooperação entre os dois países.

Na cimeira desta quarta-feira, que vai tratar de investimentos multilaterais para acelerar o desenvolvimento do Corredor do Lobito, além dos Presidentes de Angola e dos EUA, participam também os Chefes de Estado da República Democrática do Congo e da Zâmbia e o Vice-Presidente da Tanzânia.

Angola é o quarto maior parceiro comercial dos Estados Unidos na África subsaariana, com trocas comerciais a rondarem 1,77 mil milhoes de dólares, em 2023.

Segundo a informação do Governo norte-americano à Lusa, a agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) vai canalizar mais 650 mil dólares para assistência técnica de apoio ao Ministério das Finanças na gestão de riscos financeiros e de dívida.

Nos últimos quatro anos, o Departamento do Tesouro “tem apoiado os esforços de Angola para reduzir as vulnerabilidades face à divida através de assistência técnica”, o que permitiu ao Governo angolano reperfilar a dívida interna e baixar as taxas de juro, segundo a nota enviada à Lusa.

O documento refere também a cooperação no domínio da defesa, estando prevista a realização de um novo encontro do Comité Misto Anglo-Americano de Cooperação para a Defesa (DEFCOM), em Luanda, em 2025, depois da primeira reunião, em junho de 2024 no Pentágono.

Desde 2020, os Estados Unidos gastaram mais de 17 milhões de dólares com a formação de militares angolanos, tendo aumentado, no ano passado, a assistência anual de 500 mil para 600 mil dólares, e vão fornecer aos fuzileiros navais angolanos oito embarcações, as últimas das quais serão entregues, em 2025.

Os EUA têm financiado também programas de ajuda humanitária, desenvolvimento de estratégias de cibersegurança, combate ao branqueamento de capitais e crimes de terrorismo, assistência a refugiados e requerentes de asilo, pesquisa oceanográfica, combate ao HIV/SIDA e malária.

Segundo o Governo norte-americano, a USAID disponibilizou quase 415 milhões de dólares para tratar e prevenir a doença e formou mais de 12 mil trabalhadores, o que permitiu um decréscimo de 29 por cento nas mortes por malária, em 2023, nas províncias abrangidas pela iniciativa PMI, em comparação com os níveis de 2020.

A visita de Joe Biden, inicialmente prevista para Outubro último, acontece cerca de um ano depois de Joe Biden ter recebido João Lourenço, em Washington.

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