Livro "O Voo da Borboleta no Mecanismo Inerte do Tempo" lançado em Lisboa


Lisboa – O livro de poesia “Um Voo de Borboleta no Mecanismo Inerte do Tempo”, do escritor angolano José Luís Mendonça, foi lançado, na semana finda, em Lisboa, pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda (INCM) de Portugal.
Fazendo parte da colecção Plural, que publica autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), desde 2002, o livro de José Luís Mendonça é o vigésimo oitavo da referida colecção.
O director da INCM, Cláudio Garrido, e o editor do livro, Jorge Reis Sá, falaram da importância da colecção Plural, tendo a apresentação da obra sido feita pelo também poeta e prosador angolano, Jorge Arrimar, prémio DST/Camões Angola 2024, que considerou “uma forma auspiciosa” de entrar o Novo Ano, com a poesia de José Luís Mendonça.
Desde o primeiro livro de José Luís Mendonça, “Chuva Novembrina”, aos seus poemas ainda inéditos, a presente antologia mostra uma visão grupal que permite anotar as possibilidades de evolução da arte do poema, através de um rigoroso processo selectivo que privilegiou a qualidade e a inovação temático-formal, foi dito no lançamento.
O livro agora lançado é uma seleta de quarenta e dois anos de labor poético, com novos poemas acrescidos à antologia “Um Canto para Mussuemba”, que a Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) publicou, em 2002.
Ao todo, esta nova antologia abarca 19 livros, perfazendo 42 anos, dentro daquela definição que o poeta anglo-americano, Wystan Hugh Auden, elaborou quando disse que “um poema é um artefacto verbal que deve ser construído de forma tão hábil e sólida quanto uma mesa ou uma motorizada”.
Os poemas foram agrupados por ordem cronológica, segundo o critério do tema geral encarnado em cada extensão dos seus versos, disse o escritor José Luís Mendonça.
Com esta edição de autor angolano, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda também participa nos desígnios da cooperação cultural entre Portugal e Angola, “que não pode ser, nem é, apenas medida pelos protocolos estatais dos dois países”, soube-se.
Com este gesto editorial, a INCM salvaguarda, dadas as limitações editoriais das literaturas periféricas, uma parte substancial do património verbal da moderna poesia de Angola.
O acto contou com a presença de angolanos na diáspora, da representante da embaixada de Angola para o sector cultural e alguns leitores lusos.
Para além de poeta, José Luís Mendonça é ficcionista e jornalista, pelo que tem uma vasta e diversa produção literária.
É Mestre em Direito, foi adido cultural na UNESCO, em Paris, e director e redactor-chefe do semanário “Cultura - Jornal Angolano de Letras e Artes”, da Edições Novembro, durante sete anos.
É professor universitário, assessor de Média na Rede Girassol, membro da União de Escritores Angolanos e autor da refundação, em 2018, do Movimento dos Novos Intelectuais de Angola, defendendo “o resgate pleno do legado dos precursores da Literatura angolana”.