Luanda - A obra literária "Letras sobre Agostinho Neto" foi lançada, esta terça-feira, em Luanda, em homenagem ao fundador da nação, pelo seu contributo e incentivo na busca de conhecimento e libertação do povo angolano.

Ao intervir na cerimónia, o presidente da Academia Angolana de Letras (AAL), Paulo de Carvalho, referiu-se ao primeiro Presidente de Angola como uma figura ímpar das letras angolanas, e recordou que o poeta Agostinho Neto ocupa a “cadeira perpétua número um da AAL”.

Salientou que Agostinho Neto foi um médico e intelectual de mão cheia, que soube congregar a sua volta pessoas de diferentes estratos sociais, de analfabetos à licenciados e de serviçais a proprietários e detentores de capital, em defesa do grande projecto que é Angola.

Salientou que a ideia da publicação do livro surgiu no quadro das comemorações do centenário de nascimento de Agostinho Neto, assinalado a 17 de Setembro de 2022, tendo-se materializado, em 2024, para ser lançado este ano.

Um dos autores da obra, o escritor António Quino, sublinhou que a luta e o legado serviu para a libertação de Angola, sem esquecer a salvação, a resistência, a esperança e a identidade angolana, usando uma linguagem rica e emotiva para capturar a essência da revolução e o impacto duradouro de Neto.

Sublinhou que a AAL buscou várias perspectivas da vida e obra de Agostinho Neto, contribuindo para a revolução de mentalidades a favor da liberdade, promovendo transformações culturais e filosóficas, bem como sonhos que redundem no mundo, cada vez mais justos.

Por seu lado, o co-autor da obra, o escritor Roberto de Almeida, deu a conhecer que "Letras sobre Agostinho Neto" é um resumo histórico que demonstra a determinação e a coragem do fundador ao longo da luta de libertação que conduziu e que foram factos importantes para o avanço da luta do povo.

A obra, com uma tiragem de mil exemplares, tem 176 páginas, e engloba 21 artigos, reunindo depoimentos, textos de opinião, apontamentos, breves ensaios e um poema sobre Agostinho Neto.

Os textos foram inicialmente publicados num caderno especial do Jornal de Angola, numa parceria com a Edições Novembro, no âmbito do centenário de Agostinho Neto, comemorado em 2022.

A obra contém escritos de 20 autores, entre os quais Filipe Zau, Abreu Paxe, António Fonseca, António Quino, Carmen Tindó Secco, Corsino Fortes, Fragata de Morais, Francisco Topa, Paulo de Carvalho, Roberto de Almeida, Virgílio Coelho e Irene Neto (filha de Agostinho Neto).

A apresentação do livro realizou-se no auditório do Memorial António Agostinho Neto e enquadrou-se nas actividades alusivas aos 50 anos da Independência Nacional.