Luanda - A Academia Angolana de Letras considerou, esta sexta-feira, em Luanda, o escritor Arnaldo Santos um ícone da literatura de Angola.

O escritor Arnaldo Santos completou, na sexta-feira última (14), 90 anos de idade, que foi assinalado com a presença de distintos membros da cultura angolana, entre os quais Roberto de Almeida, Artur Pestana “Pepetela”, Boaventura Cardoso, Lopito Feijó, o presidente da Academia Angolana de Letras, Paulo de Carvalho, o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos, David Capelenguela, entre outras individualidades.

No seu comunicado, A Academia de Letras destaca que Arnaldo Santos é um conhecedor da língua kimbundu, tendo colaborado nas revistas Cultura, ABC e Mensagem, da Casa dos Estudantes do Império.

Arnaldo Santos é membro fundador da União dos Escritores Angolanos e da Academia Angolana de Letras, salienta o comunicado, citado pelo JA Online.

A Academia de Letras destacou que o escritor Arnaldo Santos estabeleceu fortes laços culturais, tendo integrado, na década de 1950, o grupo de cultura, composto por intelectuais e escritores angolanos, fundamentais na promoção da identidade cultural angolana e na preservação das tradições locais, frente à imposição cultural colonial. 

Escritores presentes na comemoração reconheceram que Arnaldo Santos é daqueles nomes que deve estar na ponta da língua de qualquer estudante, quando se lhe for perguntado sobre as referências da Literatura angolana.

Destacaram que o nacionalista integra um leque muito restrito de escritores cuja dimensão é inestimável, pela qualidade da sua obra e simplicidade, como pessoa, pelo que os jovens têm a obrigação de conhecer.

A escritora Kanguimbu Ananaz, escreve o JA, considera que Arnaldo Santos representa o topo da pirâmide da arte das letras angolanas, onde coloca Agostinho Neto, António Jacinto, Mário Pinto de Andrade, Viriato da Cruz, Uanhenga Xitu, Luandino Vieira, António Cardoso, Manuel Rui, Pepetela, entre outros.

Arnaldo Santos tem várias obras publicadas, entre as quais se destacam “Poemas no tempo”, “Kinaxixe”, “A boneca de Quilengues”, “A casa velha das margens”, nos géneros poesia e romances, além de crónicas em jornais, principalmente o Jornal de Angola.