ANGOLA-CHINA
Câmara de Comércio Angola-China pede conclusão do APRI
28/07/2023 17h27
Luanda - O presidente da Câmara de Comércio Angola – China (CAC) defendeu hoje a conclusão da assinatura do acordo de promoção e protecção do investimento recíproco (APRI) entre os dois países, considerando este um “pressuposto basilar” para a atracção do investimento.
De acordo com Luís Cupenala, citado pela Lusa, a carteira de investimentos correntes e previsões futuras entre Angola e China justificam a conclusão do acordo, porque as trocas comerciais dos dois países, sobretudo nos últimos três anos, registam um “peso significativo” na balança de pagamentos de Angola.
Sobre os 40 anos da cooperação e relações bilaterais entre Luanda e Beijing, assinalados hoje com o Fórum de Negócios Angola-China, o líder da CAC referiu que a China desempenhou um papel “inalienável e crucial” nos alicerces do projecto angolano ao financiar a construção e reconstrução de infra-estruturas básicas do país.
Considerou as infra-estruturas básicas financiadas pelo Governo chinês como “principais artérias” que permitiram a “reanimação” da economia angolana com a retoma da normalidade da circulação de pessoas e bens, o exercício da actividade do comércio, da indústria, da agricultura e a criação do ambiente de negócios para a atracção do investimento estrangeiro directo.
Destacou, na sua intervenção na abertura do FONAC, que decorreu em Luanda, o investimento chinês em projectos ferroviários, hidroeléctricos, infra-estruturas portuárias e aeroportuárias e em projectos habitacionais como activos que constam do “acervo histórico da cooperação”.
Angola e China estabeleceram as relações diplomáticas oficialmente em 12 de Janeiro de 1983, quatro décadas de cooperação celebradas hoje com o FONAC, que reuniu empresários angolanos, chineses e entidades governamentais de ambos dos países.
Luís Cupenala deu conta que a CAC congrega hoje 112 empresas, entres elas de Direito angolano com capital chinês, empresas angolanas com capital angolano e de outras geografias, bem como sete associações chinesas constituídas de acordo com as potencialidades económicas das suas províncias de origem.
Segundo o responsável, o sector empresarial regista uma melhoria na carteira de investimentos em projectos com maior destaque, aos sectores de construção, agricultura, pescas, pecuária, imobiliário, comércio, indústria, saúde, educação, hotelaria e turismo, energia, mineração, telecomunicações, petróleo, representantes de concessionárias de várias marcas de viaturas e equipamentos de construção civil e minas.
“Entre estes projectos, alguns já foram implementados e outros estão em fase de execução, com previsão de serem inaugurados ainda este ano e outros em 2024, prevendo absorver mais de 100 mil postos de trabalho para jovens angolanos”, notou.
Apesar do contexto económico internacional “adverso”, o investimento privado “irá aumentar com a entrada de mais empresas chinesas no mercado angolano”, assegurou.
Para o líder da CAC, o fim de um ciclo de 40 anos representa o “ponto de inflação estratégica e permite-nos em conjunto avaliar os ganhos e benefícios entre os dois povos e nações”.
Viabiliza também a “correcção de pontos fracturantes, o aperfeiçoamento de boas práticas e conquistas” que são, “essencialmente, pressupostos para lançar as bases do início de um novo capítulo que começa agora com a realização do FONAC, permitindo visualizar o futuro de um país com trabalho árduo que exige hoje e no futuro o engajamento" de todos, salientou.
Neste fórum, foram ainda assinados três acordos de cooperação entre empresas angolanas e chinesas.
O grupo empresarial angolano Leonor Carrinho assinou um memorando de entendimento sobre cooperação com a chinesa CITIC Construction Angola Co, a CAC rubricou um acordo com a Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo para a promoção a infraestrutura e um outro um acordo sobre a promoção da Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande, província angolana do Bengo.
A promoção das zonas económicas, “como pivôs de desenvolvimento”, a exemplo da ZEE Luanda-Bengo e da Zona Franca da Barra do Dande, são outras áreas de interesse estratégico, assinalou Luís Cupenala.
“O interesse visa promover estes ativos em fóruns, 'workshops', 'roadshows' a nível do mercado internacional através das câmaras congéneres e organizações financeiras chinesas, contando com o apoio institucional da AIPEX [Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações] e de outros órgãos ministeriais do Governo angolano”, disse ainda.