Cooperação entre Angola e Brasil regista crescimento de 1,5 biliões de dólares

Luanda - A cooperação bilateral entre Angola e o Brasil teve um crescimento de 1,5 biliões de dólares, que corresponde a 55 por cento, afirmou, quinta-feira, o embaixador daquele país sul-americano, Rafael Vidal, citado pelo JA.

"Voltámos a ter índices de comércio bilateral crescente. Recuperámos patamares de 1,5 bilião de dólares e prevemos que até o final do próximo ano consigamos atingir os 10 biliões", sublinhou.

O comércio entre os dois países, o diplomata brasileiro, tem estado a crescer e Angola, pela primeira vez, regista um superávite nas exportações com o Brasil.

"Actualmente, temos cerca de 800 milhões de dólares exportados por Angola ao Brasil e 700 milhões do Brasil para Angola. Antes esse valor era de 90 por cento de exportação do Brasil para Angola e menos dez por cento de Angola para o Brasil. Esse é o cenário ideal e mais esperado quando há um equilíbrio e essa tendência vai crescendo, prevemos que seja de cerca de 10 por cento, ainda este ano”, frisou.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Comércio Angola - Brasil (CCAB), Raimundo Lima, indicou que a relação entre os dois países tem um grande potencial para impulsionar o comércio e a cooperação bilateral. Ambos os países possuem economias emergentes e uma diversidade de sectores que podem se beneficiar mutuamente.

Reiterou que, este ano, a balança comercial entre os dois países foi favorável a Angola. O superávit na balança comercial é de 313 milhões de dólares a favor de Angola.

De Janeiro a Outubro, salientou, houve um aumento das exportações de Angola para o Brasil de 41 por cento, enquanto as importações de produtos do Brasil caíram 24 por cento.

"Os dados indicam trocas comerciais de 1.068 milhões de dólares entre as partes, significando um crescimento de 8,4 por cento nestes dez meses. Isto é resultado dos 377 milhões de dólares de exportações do Brasil e 691 milhões de exportações de Angola”, referiu.

Angola vende para o Brasil na sua quase totalidade petróleo bruto e derivados, que representam 92 por cento. O parceiro angolano tem importado do Brasil produtos como carnes de aves, acessórios de veículos e tractores, preparados de carnes, carne suína, produtos da indústria de transformação, veículos, carne bovina (fresca e congelada) e calçados, além de outros produtos diversos.