Impacto do Corredor do Lobito será sentido já a partir de 2024
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Luanda - O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, augura que o impacto positivo do trabalho realizado pelo Governo angolano para a operacionalização do Corredor do Lobito será percetível já a partir de 2024, com maior incidência nas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.
“A Lobito Atlântic Railway, o consórcio de três empresas gestoras do referido empreendimento, já está a trabalhar, e o Governo está satisfeita com os primeiros sinais de dinâmica, afirmou o ministro, à margem da reunião da Agência de Facilitação de Transporte e Comércio realizada dia 17 de Dezembro na cidade do Lobito.
Ricardo de Abreu citou como exemplos dos primeiros sinais de dinâmica o acordo entre Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo (RDC) e a assinatura do contrato de concessão para o Terminal Polivalente, cuja operação começa já a partir de Janeiro.
O impacto terá maior incidência junto das populações que o Corredor atravessa, além de toda a SADC, prosseguiu o ministro Ricardo de Abreu, sublinhando no território nacional o caso das províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, enquanto nos Estados vizinhos ganharão as regiões de Kolwezi, Likasi ou Lubumbashi, na República Democrática do Congo, e em Solwezi, Kitwe ou Ndola (Zâmbia).
“Vamos poder criar oportunidades de desenvolvimento e de bem-estar social para uma população conjunta de 140 milhões de habitantes – mais de 40% da população de toda esta sub-região do continente, com o potencial de impulsionar um PIB global dos três países de aproximadamente USD 177 mil milhões, o que corresponde a 25% dos Estados-membros da África Austral que se reúnem na SADC”, destacou.
“Pensamos que estamos no caminho certo para garantir que este Corredor possa, de facto, trazer benefícios nos nossos três países, mas também da região e no mundo”.
O ministro lembro que o Corredor do Lobito, como parte integrante da infra-estrutura de transporte da África Austral, desempenha um papel crucial no desenvolvimento económico da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
A RDC e Zâmbia tem reiterado compromissos A RDC garante estar a dar vários passos para a revitalização do Corredor do Lobito.
A operacionalização do Corredor do Lobito conta com financiamento a ser feito, tanto pelos Estados Unidos da América quanto pela União Europeia, que se consubstancia na expansão do corredor, garantindo a ligação ferroviária entre Angola e a Zâmbia, e melhoria das infra-estruturas na República Democrática do Congo.
Na cerimónia de assinatura da concessão para a gestão do Corredor do Lobito, o presidente da RDC, Félix Tshisekede, tinha revelado que mais de 200 quilómetros de linha férrea em território congolês aguardavam por reabilitação.
Da parte zambiana, conforme esclareceu à imprensa o seu ministro dos transportes, Museba Frank Tayili, foram também registados avanços significativos, fundamentalmente na parte Noroeste do país, que é a região de Copebelt, onde se regista a existência de minerais a serem transportados ao longo do corredor.
O governante informou que o parlamento zambiano ratificou, no dia 14 de Dezembro deste ano, um documento relacionado com o Corredor do Lobito, no âmbito da integração regional daquele país da SADC.
Museba Frank Tayili reafirmou que a Zâmbia está empenhada para o desenvolvimento do Corredor do Lobito e avanços nos trabalhos para os desafios que se avizinham.
A reunião da Agência de Facilitação do Transporte de Trânsito do Corredor do Lobito, testemunhada pelos titulares dos Transportes de Angola, Zâmbia e representante da RDC, visou assegurar, ao mais alto nível, o grau de cooperação na circulação ferroviária e rodoviária entre os três países.