BNA
Sistema Financeiro Angolano registou 142.006 reclamações em dois anos
15/12/2023 18h58
Luanda - O Sistema Financeiro Angolano (SFA) registou cento e quarenta e dois mil e seis reclamações dos seus serviços, entre 2019 e 2023, incluindo três mil e oitenta movimentações indevidas de contas bancárias, representando 2% do volume total dos processos.
De acordo com a “Newsletter Bimestral de Estabilidade Financeira”, referente a Dezembro 2023, do Banco Nacional de Angola (BNA), consultado hoje pela Lusa, as intervenções do banco central ao SFA têm resultado no decréscimo de movimentação indevida de contas bancárias.
O BNA refere que após a subida significativa ocorrida em 2021 - ano em que os clientes das instituições financeiras estavam mais expostos aos riscos da banca à distância (internet e 'mobile banking'), devido às medidas de contenção à pandemia da covid-19 -, nos últimos dois anos verifica-se que a tendência do volume de reclamações sobre o tema “é claramente decrescente”.
A entidade reguladora do SFA argumenta que a tendência decrescente do volume de reclamações é resultado da intervenção de vários actores do sistema, com destaque para o BNA que, além de campanhas de educação financeira, identificou inconformidade na atuação de algumas instituições bancárias.
A fonte refere que as inconformidades consistiam na cobrança de comissões de manutenção de contas “sem que os seus clientes tivessem contractualizado o serviço de gestor dedicado”, resultando, até à presente data, na restituição em cerca de 330 milhões de kwanzas aos seus clientes.
“Adicionalmente, o BNA, através da publicação de nova regulamentação, tem procurado mitigar o risco de fraudes inerentes à utilização de cartões, reforçando os mecanismos existentes de prevenção e combate à fraude”, lê-se no documento.
O banco central angolano assinala igualmente a componente da cibersegurança, nesta nota informativa bimestral, considerando ser este um tema cada vez mais relevante na era digital, que traz consigo medidas mitigantes e práticas que visam garantir a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas informáticos.
Este organismo recorda ainda a criação, em 24 de Julho de 2023, do Grupo Técnico de Cibersegurança, orientado para desenvolver políticas estratégicas e garantir a sua implementação de acções para mitigar o risco associado as tecnologias de Informação e cibersegurança no setor financeiro.