BNA assegura que taxa de câmbio do kwanza está estável


Luanda – A taxa de câmbio do kwanza está estável, mas não é fixa, e a entidade reguladora teve de agir para travar acções especulativas na transação de moeda estrangeira, segundo o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Tiago Dias.
Tiago Dias, que falava, sexta-feira, em Luanda, num encontro com jornalistas, onde comentou a evolução do mercado cambial, revelou que nos períodos logo a seguir à forte redução da oferta de moeda estrangeira, verificou-se que haviam “acções especulativas nas negociacções” de divisas.
Entretanto, o governador do BNA, que e também a entidade supervisora e regulador das operações cambiais, garantiu que “há já praticamente cinco meses que não se regista este tipo de situações.”
Ao ser questionado sobre se o BNA intervém ou tem contactos diretos com bancos para retirar determinadas ofertas da plataforma de negociação, Tiago Dias assumiu que, a instituição que dirige, na sua qualidade de regulador, “teve de agir” perante situações que “eram absurdas”.
“Houve situacções que entendemos que eram absurdas e tivemos de agir”, afirmou Tiago Dias.
Segundo ele, “o mercado tem regras, estabelecidas pelo supervisor, e que os operadores devem seguir o código de conduta estabelecido”.
Tiago Dias afirmou ainda que os bancos continuam a comprar divisas, embora em volume inferior ao do passado, já que passaram de uma média de 1,2 mil milhões de dólares, para os actuais 600 milhões de dólares.
“Os bancos podem dizer aos seus clientes que compram menos, mas não podem dizer que não têm estado a comprar divisas”, disse o responsável do banco central, comentando as queixas recorrentes sobre o acesso à moeda estrangeira e dificuldades de transferências para o exterior.
“Surpreendemo-nos, às vezes, quando os bancos comerciais compram divisas, quer na plataforma [Bloomberg, onde a moeda estrangeira é transacionada], quer junto dos seus clientes, e depois dizem que já não compram divisas.
Mas vamos olhar para as estatísticas e constatamos que compraram volumes substanciais e ainda assim dizem aos seus clientes que não podem satisfazer as suas necessidades”, comentou.
Tiago Dias salientou que o BNA não vende divisas e que as divisas transacionadas no mercado não têm origem no banco central, a não ser em situacções excecionais.
“A nossa perspectiva depois dos encontros com operadores do sector petrolífero e diamantífero, é que a oferta de moeda se mantenha nos 600 milhões de dólares por mês”, indicou, reconhecendo que se houvesse condições para o mercado oferecer “seria bom” porque iria aliviar a subida dos preços.
Sobre o diferencial do câmbio praticado no mercado formal face ao informal considerou que resulta do facto de muitos dos operadores do sector informal, que tem um peso significativo na economia, não terem acesso aos produtos e serviços bancários.