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FMI reconhece resiliência da economia angolana

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FMI Imagens: DR

Redacção

Publicado às 11h35 05/07/2024 - Actualizado às 11h35 05/07/2024

Luanda - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhece que os programas económicos e financeiros do Governo angolano fortaleceram a resiliência da sua economia e prevê algum crescimento e queda da inflação ainda este ano.

Numa declaração emitida, após uma consulta de avaliação pós-financiamento, o FMI alerta para uma série de riscos para a economia angolana, incluindo a de bancos problemáticos, cuja situação deve ser resolvida de modo decisivo, incluíndo a liquidação, se necessário.

A instituição financeira internacional adianta que os esforços do Governo nas reformas nas áreas da administração fiscal, mobilização de rendimentos, administração da dívida, política monetária e estabilidade financeira ajudaram a fortalecer a resiliência da economia angolana.

Considera que o crescimento foi positivo, em 2023, quando registou 0,9 por cento, salientando que deverá estabilizar para uma média de 3,2 por cento, a médio prazo, com a ajuda da agenda das autoridades de continuidade das reformas estruturais e da diversificação económica.

O FMI enfatiza que a inflação em Angola atingiu o seu nível mais alto, nos últimos anos, e culpa a desvalorização da moeda e os problemas de oferta, esperando que a inflação comece a reduzir na segunda metade de 2024.

A dependência de Angola do petróleo e a grande dívida externa continuam a ser riscos para a economia do país, alerta igualmente o FMI.

Outros riscos é a possível queda na produção de petróleo e dos seus preços, assim como o não cumprimento das reformas de subsídios aos combustíveis e os efeitos negativos dos mercado internacionais de capitais, pelo que salienta ser necessário um ajustamento fiscal sustentado para mitigar riscos.

"É crítico racionalizar os gastos a curto prazo e continuar a reforma do subsídio de combustíveis", vinca o FMI, para garantir a estabilidade fiscal e reduzir o risco financeiro contingente.

Esclarece que o Banco Nacional de Angola deve preparar a resolução decisiva ou a liquidação dos bancos problemáticos, protegendo ao mesmo tempo os pequenos depositantes e minimizando os custos aos contribuintes.

No seu comunicado, o FMI clarifica que a capacidade de Angola em pagar dívidas à instituição é adequada, embora sujeita a riscos.

"A capacidade de Angola pagar ao Fundo é adequada, ainda que sujeita a riscos; o país continuou resiliente face aos significativos desafios em 2023, incluindo uma redução na produção e nos preços do petróleo", lê-se na análise à economia angolana, divulgada ao abrigo da avaliação pós-programa de assistência financeira, que durou de 2018 a 2021, com um pacote financeiro de 4,5 mil milhões de dólares.

Na sua análise, o FMI prevê que a inflação melhore de 25,7 por cento, este ano, para 16,3 por cento, em 2025, seguindo uma tendência de redução que se aplica também ao rácio da dívida sobre o PIB, que deverá cair de 74 por cento, no ano passado, para 58,5 por cento e 52,1 por cento este ano e no próximo, respectivamente.

Entre as recomendações, o FMI aponta que Angola deve manter o ajustamento orçamental, racionalizando a despesa e aponta que é essencial continuar com a reforma dos subsídios aos combustíveis, com mitigação das medidas para apoiar os vulneráveis e uma estratégia de comunicação proactiva.

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