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José de Lima Massano defende produção interna para aliviar pressões inflacionistas

Produção agrícola em Angola
Produção agrícola em Angola Imagens: jornaldeangola.com

Redacção

Publicado às 18h48 18/07/2024 - Actualizado às 18h48 18/07/2024

Luanda - Os esforços do Governo angolano para aumentar a produção interna deverão ajudar a aliviar as persistentes pressões inflacionistas em Angola, fortalecer a moeda nacional e estimular o crescimento económico, afirmou o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.

Em entrevista à agência Bloomberg, publicada esta quarta-feira, afirmou que o Governo está a construir infra-estruturas para ligar o campo às principais cidades, a disponibilizar linhas de crédito para os agricultores aumentarem a produção e tem disponíveis cerca de dois milhões de hectares de terra para grandes investidores na produção agrícola, no âmbito do PLANAGRÃO.

O ministro de Estado reiterou os esforços em curso para diversificar a economia nacional, tendo como base o investimento na cadeia alimentar.

“O sector petrolífero continuará a ter um papel muito importante na nossa economia, mas o que realmente queremos é crescer no sector não petrolífero”, realçou José de Lima Massano, referindo que a economia angolana deverá crescer 3,2 por cento este ano, quando, em 2023, cifrou-se em apenas 0,9 por cento.

Na entrevista à Bloomberg, José de Lima Massano adiantou que o Governo continua comprometido na eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, agindo "com sentido de prudência”, tendo acrescentado que neste momento o Governo não tem um cronograma para completar este processo.

De referir que a Angola está a levar a cabo um massivo programa de privatizações, numa tentativa de atrair investimentos e reduzir o papel do estado na economia.

A alienação de participações na seguradora estatal ENSA – Seguros de Angola SA está a decorrer agora, enquanto a venda da participação no Standard Bank Angola deverá acontecer até Novembro do corrente, revelou José de Lima Massano.

O ministro de Estado para a Coordenação Económica salientou que o Estado angolano já vendeu 108 empresas das quase 200 previstas para privatização, mas continua a fazer sentido a Sonangol manter as suas participações no BCP e na Galp, empresas portuguesas ligadas a banca e aos petróleos, respectivamente.

O Governo, realçou, também planeia, no próximo ano, desencadear uma oferta pública inicial da Unitel, a maior empresa de telefonia móvel em Angola, e a venda de uma participação no Banco de Fomento Angola, o segundo maior banco do país, disse José Massano.

De acordo com a Bloomberg, o ministro de Estado não forneceu detalhes sobre a dimensão das vendas de activos, mas reiterou o compromisso do Governo de, eventualmente, abrir o capital da Sonangol, sem, entretanto, avançar prazos.

“A Sonangol é uma empresa de grande dimensão e estratégica e está a executar um programa de regeneração. Uma vez concluído esse programa, poderá dar outros passos”, esclareceu.

“Estamos a avançar com o nosso plano de privatização, pois o objectivo é construir uma economia de mercado competitiva e dinâmica”, realçou.

Com sede em Nova Iorque, a Bloomberg é uma agência de notícias e empresa de serviços financeiros, fundada em 1981, por Michael Bloomberg. É amplamente reconhecida pela sua influência e credibilidade no mundo financeiro, sendo uma das principais fontes de informação para profissionais do sector e investidores em todo o mundo.

Angola conheceu, no primeiro trimestre de 2024, o maior crescimento económico dos últimos nove anos, ao atingir os 4,6 por cento.

Nos últimos anos, a economia angolana tem demonstrado “uma resiliência assinalável”, superando adversidades impostas pelo contexto nacional e internacional, tendo merecido elogios recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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