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Portugal aberto ao investimento angolano

Lisboa
Lisboa Imagens: DR

Redacção

Publicado às 14h16 25/07/2024 - Actualizado às 14h16 25/07/2024

Luanda – O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, disse, esta quarta-feira, em Luanda, que Portugal está de braços abertos para o investimento angolano e que pode ajudar também a abrir as portas da Europa às empresas de Angola.

Luis Montenegro, que se encontra em visita a Angola desde terça-feira, dirigia-se a empresários angolanos e portugueses presentes no Fórum Económico Portugal-Angola, depois de visitar o pavilhão de Portugal na Feira Internacional de Luanda (Filda) e conversado com responsáveis de algumas das 20 empresas portuguesas presentes no evento.

O primeiro-ministro afirmou que o seu Executivo tem a intenção de ter um regime fiscal mais amigo do investimento para atrair investimento para Portugal, numa referência implícita à proposta do Governo de descida do IRC dos actuais 21 para 15 por cento em três anos, que ainda vai ser debatida e votada no parlamento.

Realçou que há muitas empresas portuguesas que já estão a exportar e que contribuem para as exportações angolanas e que Portugal está “de braços abertos” para acolher em Portugal empresas angolanas.

“Nós estamos mesmo de braços abertos a que possam acreditar na economia portuguesa”, disse aos empresários, sublinhando que “Angola abre às empresas portuguesas as portas desta região, deste continente, e Portugal abre para as empresas angolanas as portas de Europa, as portas de outro grande mercado”.

“Estamos interessados em captar, em atrair os vossos investimentos”, exortou, frisando que existem em Portugal recursos humanos “de primeiríssima qualidade”, estabelecimentos de ensino superior “de excelência” e potencial de conhecimento adquirido em muitas áreas da economia para poder acolher esses investimentos.

Adiantou que confia muito naquilo que as empresas portuguesas podem fazer em Angola, e quer os angolanos saibam que também "confiamos muito naquilo que os angolanos podem fazer em Portugal”, salientou.

O chefe do governo português afirmou que as decisões de investimento cabem as empresas, mas assegurou que, do lado do executivo, o objectivo é facilitar os investimentos através das políticas públicas e fazer emergir o potencial que existe nas organizações e nas pessoas.

Destacou a proximidade no relacionamento político e económico, acrescentando que sectores estratégicos para Angola como a agricultura e as pescas são também para Portugal.

O ministro do Comércio e Indústria angolano, Rui Miguéns de Oliveira, abordou no Fórum a importância do sector privado, que considerou ser a “coluna vertebral” da economia angolana, dizendo que a segurança alimentar continua a ser uma prioridade nacional.

Acrescentou que Angola quer parcerias com todos os que queiram trabalhar para esse efeito e apontou como exemplo de colaboração o sector dos vinhos, em que a experiência dos empresários portugueses pode ajudar Angola na produção.

Visita à província de Benguela

O primeiro-ministro português desloca-se esta quinta-feira, último dia da sua visita oficial de três dias a Angola, à província de Benguela, para conhecer o projecto do Corredor do Lobito.

Depois de encontrar-se com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, e assistir a assinatura de vários acordos bilaterais, além de uma agenda centrada na vertente económica, que incluiu a participação num fórum de negócios, Luís Montenegro visita Benguela para conhecer o projecto que pode beneficiar directamente três países da região da SADC.

Com financiamento dos Estados Unidos e da União Europeia, o Corredor do Lobito liga as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico e integra como infra-estruturas o porto do Lobito, o Terminal Mineiro, o aeroporto de Catumbela e o Caminho-de-Ferro de Benguela, estendendo a ligação às áreas de mineração da Copperbelt, na Zâmbia, e Katanga, na República Democrática do Congo.

O primeiro-ministro será recebido pelo governador de Benguela, Luís Nunes, e vai visitar as futuras instalações do Consulado-Geral, uma obra que deverá estar concluída no final de 2025 e que o Governo considera “fundamental para o reforço da presença portuguesa em Angola”.

O programa inclui igualmente visitas a maior central solar fotovoltaica de Angola, localizada na comuna do Biópio (município da Catumbela), o porto do Lobito, os Caminhos-de-Ferro de Benguela e a sede da Lobito Atlantic Railway (LAR), que detém os direitos de exploração do Corredor do Lobito.

O consórcio LAR, constituído pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, obteve, em 2022, a concessão para a operação, gestão e manutenção do Corredor do Lobito, por um período de 30 anos.

Luís Montenegro regressa ao final da tarde a Luanda, desloca-se ao Palácio Presidencial, para a cerimónia de despedida ao Presidente João Lourenço, regressando à noite a Lisboa.

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