Continente africano defende mercado de infra-estrutura industrial verde
Nova Iorque - Pelo menos 10 mil milhões de dólares por ano é a estimativa que o continente prevê crescer no mercado de infra-estrutura industrial verde como um activo distinto, assegurou em Nova Iorque, a comissária da União Africana, Josefa Correia Sacko.
A diplomata, que intervinha numa cimeira destinada ao quadro de sinalização do mercado de investimento sobre a industrialização, verde à margem da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, considerou ser um passo significativo para garantir que o continente desempenhe um papel central na economia industrial verde global.
Frisou que "há uma oportunidade ímpar de estabelecer a infra-estrutura industrial verde de África como uma classe de activos globalmente competitiva e investível – uma que não só satisfaz as exigências prementes do nosso tempo da industrialização rápida, mas que também abre a porta à prosperidade sustentável para as gerações futuras".
No seu entender, para a concretização deste objectivo é preciso que se crie uma plataforma inestimável para envolver e apoiar os Chefes de Estado e de Governo africanos, à medida que lideram a acção climática em todo o continente, incluindo investidores, organizações filantropas através de parcerias institucionais.
“No entanto, esta viagem não pode ser percorrida sozinha. É através da colaboração estratégica entre investidores, instituições e dos governos, através de parcerias institucionais, que podemos realizar plenamente o potencial das infra-estruturas industriais verdes de África e satisfazer as necessidades de investimento dos contributos determinados a nível nacional”, afirmou.
Josefa Sacko sublinhou que a trajectória de crescimento de África e a das suas carteiras de investimentos podem serem reforçados através de infra-estruturas industriais ecológicas em África, contribuído para os objectivos climáticos globais, como também se posicionam para retornos a longo prazo, ajustados ao risco e ao clima.
Deste modo, disse que o continente oferece oportunidades únicas para investimentos escaláveis e de elevado impacto, investimentos em energia limpa, agricultura sustentável e infra-estruturas resistentes ao clima.
“Juntos, podemos garantir que África não seja apenas um participante, mas um líder nesta nova revolução industrial e um centro global para o fabrico de tecnologias ecológicas essenciais”, disse.
Na sua óptica, o alinhamento das necessidades de desenvolvimento de África com as estratégias de crescimento dos investidores institucionais constitui um modelo poderoso para enfrentar a crise climática e, ao mesmo tempo, impulsionar o desenvolvimento económico.
“Ao concentrarmo-nos na expansão dos investimentos em infra-estruturas ecológicas, criamos oportunidades de crescimento mútuo - com impacto em milhões de vidas, criando empregos e gerando retornos substanciais sobre o investimento”, defendeu a comissária da UA.
Reafirmou o compromisso da União Africana em trabalhar em estreita colaboração com os investidores institucionais, organizações filantropos e parceiros do sector privado através de parcerias público-investidor institucionais – para garantir que o futuro da indústria verde em África não seja apenas uma possibilidade, mas uma realidade passível de investimento.