PETRóLEO
Produção de petróleo sobe quatro por cento este ano - consultora britânica
15/09/2024 08h12
Luanda - A produção de petróleo vai rondar 1,18 milhões de barris diários, mais quatro por cento que em 2023, indica a consultora britânica Oxford Economics, que reviu em alta a previsão de crescimento para Angola.
“Prevemos que a produção de petróleo em Angola aumente quatro por cento, de 1,13 milhões de barris diários, em 2023, para 1,18 milhões de barris por dia, em 2024, e depois suba ligeiramente para 1,19 milhões de barris, em 2025”, escrevem os analistas do departamento africano da consultora britânica, citados pela Lusa.
Os analistas referem que, apesar de ter sido um pouco mais baixa em Agosto, “a produção acumulada, nos primeiros oito meses do ano, é consideravelmente maior que no período homólogo de 2023, e o esperado lançamento de um novo projecto, no final deste ano, pode dar ainda mais um impulso, compensando quaisquer perdas de produção devido a operação inesperadas de manutenção dos poços”.
A produção de petróleo em Angola em Agosto foi de 1,20 milhões de barris por dia, um pouco abaixo dos 1,22 milhões de barris bombeados diariamente em Julho, segundo os dados da Agência Internacional da Energia. Em ambos os casos, a produção esteve acima da meta do governo angolano, que apontava para 1,18 milhões de barris.
A Oxford Economics escreve ainda que depois das extensas operações de manutenção no primeiro trimestre do ano passado, que causaram uma quebra na produção, “Angola tem vindo a recuperar, de forma estável, o que ajuda ao crescimento económico, que deverá melhorar este ano para 2,9 por cento”.
O aumento da produção este ano surge na sequência da saída de Angola da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), no final de 2023, devido a uma discordância sobre o limite de produção que esta entidade pretendia impor a Angola.
“Sentimos que, neste momento, Angola não ganha nada mantendo-se na organização e, em defesa dos seus interesses, decidiu sair”, afirmou o ministro Diamantino Pedro Azevedo, ao anunciar a decisão, a 21 de Dezembro de 2023.
“Esta não foi uma decisão tomada assim de ânimo leve, nós, nos últimos seis anos, temos sido bastante activos na organização, e assim chegou o momento, porque o nosso papel na organização não era relevante”, justificou.
A OPEP+ apresentou uma meta para Angola de 1,11 milhões barris por dia, enquanto Angola queria produzir mais 70 mil barris.
Segundo o ministro, durante a reunião de Dezembro de 2023 da OPEP e dos produtores aliados, Angola reafirmou a sua posição, mas, ao contrário da unanimidade que tem sido habitual, a OPEP decidiu uma quota na qual Angola não se revia, e o resultado foi a saída da organização.