Relações comerciais de Portugal com PALOP e Timor Leste diminuiu 8,9% em 2023
Lisboa - As relações comerciais portuguesas com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste diminuíram 8,9 por cento, em 2023, revela um relatório do Banco de Portugal, tornado público sábado último.
No relatório sobre a Evolução das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2023-2024, lê-se que, em relação a 2023, a diminuição registada contrasta com o crescimento de quase 40 por cento, em 2022, face a 2021, ano marcado pelos efeitos da pandemia da Covid-19.
O documento indica que as importações de bens dos PALOP e de Timor-Leste registaram uma queda de 54,2 por cento, para um total de 319 milhões de euros, em 2023.
“Esta evolução reflectiu-se numa redução do peso das exportações e importações deste grupo de países no total das trocas comerciais de Portugal, para 2,6 e 0,3 por cento, respectivamente”, explica o Banco de Portugal no relatório, citado pela Lusa.
As exportações para aqueles países, de acordo com o relatório, totalizaram dois mil e 20 milhões de euros, sendo que Angola continuou a ser o principal destino das exportações portuguesas, apesar da redução de 11,3 por cento, face ao ano anterior.
Relativamente ao investimento directo português nos seis países, o documento revela que registou-se um saldo negativo de 533,8 milhões de euros, em 2023, devido principalmente a desinvestimentos significativos em Angola, com destaque para o sector da construção.
No caso de São Tomé e Príncipe, destaca o relatório que, após anos de estagnação, se observou um investimento líquido de 85,8 milhões de euros, dirigidos principalmente ao sector do comércio.
Por seu lado, o investimento dos PALOP e de Timor-Leste em Portugal, salienta o Banco de Portugal, também diminuiu, em 2023, registando uma queda de 81,3 por cento, em relação ao ano anterior, tendo sido especialmente notada nos sectores de serviços e construção, considerados os mais dinâmicos, em 2022.
De acordo com o Banco de Portugal, a dívida oficial dos PALOP a Portugal continuou, em 2023, uma trajectória de descida, com uma redução de 1,1 por cento, tendência que foi generalizada a todos os países, com excepção de Angola, que registou um aumento da dívida garantida.
“Angola, entre os seis países, continua a desempenhar um papel central nas relações económicas e financeiras com Portugal, sendo o maior destino das exportações e a principal origem das importações dentre estes países e aquele com a maior dívida oficial a Portugal”, esclarece o Banco de Portugal.