Privatizações em bolsa rendem mais de 70 milhões de euros
Luanda - A privatização de participações nos sectores da banca e seguros rendeu ao Estado angolano mais de 70 mil milhões de kwanzas (70 milhões de euros), disse, esta quarta-feira, o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos.
Falando na sessão da admissão em bolsa da ENSA, que se juntou, esta quarta-feira, aos bancos BAI e Caixa Angola no mercado bolsista, Ottoniel dos Santos destacou o sucesso da operação, que se seguiu a uma tentativa fracassada de venda por concurso público, antes da seguradora decidir abrir 30 por cento do seu capital ao público.
Salientou que a alienação em bolsa das participações estatais tem sido bem sucedida, já que mais de 70 mil milhões de kwanzas arrecadados nas privatizações vieram de operações em bolsa.
Em Junho de 2022, o Estado alienou 10 por cento do capital que detinha no BAI, por 40 mil milhões de kwanzas (40 milhões de euros), sendo esta a primeira cotada da Bolsa de Divida e Valores de Angola (BODIVA).
O Banco Caixa Geral Angola (BCGA) foi a segunda empresa a entrar na bolsa angolana, com uma oferta pública inicial de 25 por cento das acções detidas pela Sonangol, que renderam cerca de 25 mil milhões de kwanzas (25 milhões de euros).
A mais recente Oferta Pública de Venda, a da ENSA, garantiu mais 8,9 mil milhões de kwanzas (cerca de 9 milhões de euros) aos cofres do estado, dá a conhecer a agência Lusa.
"Os números desta operação são bastante animadores", sublinhou o secretário de Estado, apontando as mais de mil e 800 ordens de compra, um rácio de cobertura de 174 por cento e procura em 14 províncias.
Ottoniel Santos assinalou que o facto de a seguradora estatal ter agora mais accionistas (mil 150 investidores) sinaliza a confiança dos investidores no mercado de capitais, e acrescentou que o executivo vai continuar a promover a reforma do sector empresarial publico, com mais transparência e oportunidades concorrenciais.
A colocação de empresas na bolsa, salientou, é uma forma de permitir que o Estado diminua a sua participação enquanto agente económico, fortalece o mercado de capitais e cria alternativas de investimento.